A presidente eleita do Brasil, Dilma Rousseff, completou nesta quarta-feira a composição de seu futuro Governo
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A presidente eleita do Brasil, Dilma Rousseff, completou nesta quarta-feira a composição de seu futuro Governo, que terá nove mulheres e será dominado pelo PT.Os dois últimos membros da equipe ministerial que acompanhará Dilma a partir do dia 1º de janeiro foram anunciados nesta quarta-feira e pertencem ao PT, que terá um total de 17 ministros e será o partido com maior peso no Executivo.
Trata-se do deputado Afonso Bandeira Florence, a cargo do Ministério do Desenvolvimento Agrário, e da também deputada Iriny Lopes, que estará à frente da Secretaria de Políticas para Mulheres, que tem categoria de Ministério.
Além disso, o PT, ao qual Dilma se filiou em 1999, contará com as principais pastas ligadas à política e à econômica.
O ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci, que foi um dos coordenadores da campanha eleitoral da presidente eleita, ficará a cargo da Casa Civil, o ministério responsável pela articulação política do Governo, que era ocupado por Dilma até março.
A pasta da Fazenda continuará nas mãos de Guido Mantega, outro homem de confiança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, assim como Palocci e os futuros ministros da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e das Comunicações, Paulo Bernardo.
Com o PT também ficaram as pastas de Ciência e Tecnologia; Justiça; Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; Planejamento; Pesca; Direitos Humanos; Educação; Saúde; Igualdade Racial; Desenvolvimento Social; Relações Institucionais; Políticas para Mulheres e Desenvolvimento Agrário.
O segundo partido em importância no Governo será o PMDB, liderado pelo vice-presidente eleito, Michel Temer.
A legenda de centro-direita será responsável pelos ministérios de Turismo, Minas e Energia, Agricultura, Previdência Social, Assuntos Estratégicos e Defesa, que manterá o atual ministro, Nelson Jobim.
O PSB contará com dois ministros e PR, PDT, PP e PCdoB terão um cada um, enquanto oito dos ministros escolhidos por Dilma não estão filiados a nenhuma legenda.
Este é o caso do diplomata Antonio Patriota, pupilo do atual Ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, a quem substituirá no cargo.
Entre os partidos da coalizão que apoiou a candidatura petista que ficarão sem representação nos ministérios estão o PRB, o PSC, PTC e PTN.
Dilma, que como primeira mulher eleita presidente tinha anunciado sua intenção de aumentar a participação feminina no Executivo, indicou nove ministras, seis a mais do que o atual Governo.
Além de Políticas para as Mulheres, Dilma entregará a lideranças femininas as pastas de Planejamento, Pesca, Direitos Humanos, Igualdade Racial, Desenvolvimento Social, Informação, Meio Ambiente e Cultura.
O anúncio dos últimos dois nomes do Gabinete coincidiu com a divulgação de uma pesquisa nesta quarta-feira, segundo a qual a presidente eleita começará seu Governo com índices de popularidade muito superiores aos 56% dos votos que teve em outubro.
A pesquisa foi feito pelo Datafolha e revela que 83% dos brasileiros acredita que o Governo de Dilma será \"melhor ou igual\" ao de Lula, que deixará o poder com 87% de aprovação, segundo um levantamento divulgado na semana passada pelo Ibope.
Com relação à \"expectativa positiva\" do novo Governo, o Datafolha indicou que supera a obtida pelos presidentes Fernando Henrique Cardoso em 1995 (70%) e Fernando Collor de Mello em 1990 (71%) antes de assumirem seus mandatos.
No entanto, Dilma não conseguiu superar Lula, que, segundo o Datafolha, teve as maiores expectativas da história política do país em 2003, 76%.