Baseado em um hotel de Brasília, Lula tem ajudado informalmente o governo na articulação para conquistar votos contra a abertura do processo de impeachment de Dilma, cuja votação está prevista para este fim de semana na Câmara.
Recentemente, em dois dias, partidos aliados ao governo e detentores de ministérios e postos na administração federal, como PRB, PP, PTB e PSD, anunciaram apoio ao processo de impeachment que a presidente vem sofrendo.
O café da manhã faz parte da estratégia de Dilma de buscar apoio junto à base para conseguir os votos necessários para barrar o processo de impeachment.
"O que a presidente quer é nos agradecer pelo que fizemos na comissão especial, votando contra o relatório. E, da nossa parte, que até já tivemos uma reunião com ela hoje [quarta, 13], o objetivo é mostrar que temos força na nossa base, estamos seguros de que a oposição não terá os 342 votos e estamos confiantes de que teremos mais de 200 votos [contra o impeachment]", declarou ao G1 um dos deputados convidados para o café da manhã.
Mais cedo, Dilma participou de um evento no Palácio do Planalto, no qual citou o processo de impeachment e afirmou que até a próxima semana o processo será "página virada".
Segundo ela, será dado início a um processo de "repactuação para superar a crise". A presidente também afirmou que trabalhará "todos os dias" até 2018 – "fim do meu mandato", nas palavras dela.
"Trabalharei todos os dias até o fim do meu mandato, até 2018. É por esse compromisso que estamos lutando sem descanso para superar o golpe na forma de impeachment, sem crime que estão imputando ao país", declarou G1.
"Gostaria de dizer que tenho certeza que brasileiros e brasileiras estarão ao meu lado [...]. Vamos vencer essa batalha contra o golpe, contra o impeachment sem base legal. A partir da próxima semana, com essa página virada, vamos iniciar a repactuação das condições para superar a crise e retomar o crescimento, dando continuidade ao que estamos fazendo", acrescentou.
Encontro no Planalto
Nesta quarta, antes de participar de um evento organizado pela Secretaria de Portos, Dilma recebeu em seu gabinete do Palácio do Planalto, cerca de 25 pessoas, entre parlamentares e ministros que são contrários ao processo de impeachment que ela vem enfrentando.
Por telefone, o líder do governo na Casa, deputado José Guimarães (PT-CE), afirmou ao G1 que a base aliada mostrou à presidente que o governo tem os votos necessários para impedir o afastamento dela.
"Foi, além de um gesto de solidariedade à nossa presidenta, um grande gesto de força. Mostramos a ela, com números, que temos mais de 200 votos para barrar este golpe que está em curso. Não é firula, estamos dizendo no mano a mano que temos os votos e vamos derrubar este impeachment", afirmou Guimarães.
Entre os presentes estavam o vice-líder do governo na Câmara, Silvio Costa (PTdoB-PE), o ex-presidente da Câmara Marco Maia (PT-RS), a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e os ministros Marcelo Castro (Saúde), Hélder Barbalho (Portos), Antonio Carlos Rodrigues (Transportes) e Nelson Barbosa (Fazenda).