Crédito: CMDAlegando motivos de foro íntimo, a vereadora Liandra Brambilla (PTB) protocolou na Câmara Municipal, no início da noite de terça-feira (06), ofício endereçado ao presidente Laudir Munaretto (MDB) no qual comunica sua decisão de abrir mão da relatoria da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) instalada no legislativo para apurar fatos correlatos à aplicação de verbas federais recebidas pelo município de Dourados para enfrentamento da Covid 19.
No entanto, nos bastidores políticos, a informação é da de que houve pressão após a escolha do nome dela como relatora. A CPI vai investigar recursos de combate a covid-19 recebidos na gestão da ex-prefeita Délia Razuk. Liandra é próxima de Délia e atuou durante os quatro anos da administração da ex-chefe.
A vereadora agradeceu ao presidente pela deferência da nomeação e anunciou que estava declinando, "por motivos de foro íntimo, dessa condição, para que outro membro do legislativo municipal, especialmente do bloco ‘Força Legislativa’, em não havendo impedimento ou suspeição, possa fazê-lo".
"Em Respeito e proteção ao Legislativo estou saindo da CPI, pois esta Casa de Leis tem compromisso com a cidade de Dourados e houve muitos questionamentos sobre a minha estada na Relatoria da Comissão", resumiu Liandra da Saúde.
No lugar de Liandra, como relator, foi definido o nome do vereador Sérgio Nogueira (PSDB). O presidente da Comissão é Fábio Luis e Diogo Castilho (DEM) completa como membro da CPI.
A prefeitura recebeu R$ 54,9 milhões do governo federal. No pedido de abertura da Comissão, Fábio alegou ausência de transparência na aplicação dos recursos.
NOTA À IMPRENSA
Já em Nota à Imprensa, distribuída no final da noite, Liandra diz que desiste da Relatoria da CPI depois de ouvir a família, prezar pela transparência dos atos públicos e "entendendo que a minha decisão fortalecerá o Legislativo que integro e respeito". Ela lembrou que a participação na CPI não foi por uma escolha sua e, sim, pelo bloco legislativo que faz parte.
"Agradeço a confiança conferida a mim pelos meus colegas do bloco Força Legislativa ao me indicarem e entenderem que a minha participação seria necessária, devido a minha atuação profissional na área da saúde, e que a experiência que tivera outrora contribuiria neste momento, onde serão apurados possíveis divergências nos gastos relativos ao enfrentamento da Covid-19 no município. Destaco que continuo à disposição e preparada para enfrentar todo e qualquer desafio pertinente ao meu mandato", diz trecho da nota.
Liandra da Saúde diz ainda que o declínio da Relatoria não se assemelha a uma fuga, e sim, a um entendimento pessoal sobre como poderia contribuir para elucidar as questões que serão suscitadas.
Com da desistência de Liandra, o presidente Laudir Munaretto deverá indicar, ainda nesta quarta-feira (07), outro vereador do bloco "Força Legislativa" para a relatoria da CPI da Saúde. Além dela, integram o bloco os vereadores Jânio Miguel, do PTB; Sérgio Nogueira e Rogério Yuri, do PSDB; Olavo Sul, do MDB; e Cemar Arnal e Marcão da Sepriva, do Solidariedade.
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