
Na fronteira de Mato Grosso do Sul, principalmente entre o Paraguai e o Brasil, os traficantes estão cada vez mais audaciosos quando se trata de transportar drogas. Com o intuito de enganar a polícia, vale tudo: desde mulheres grávidas, com crianças de colo, a se passar por médicos ou funcionários de funerária.
Em 15 de junho de 2020, a audácia foi tanta que os criminosos colocaram 284,2 quilos de maconha dentro de caixões, lacraram e alegaram que eram vítimas da Covid-19, falecidas em Ponta Porã, município que faz fronteira seca com Pedro Juan Caballero (PY).
Bandidos lacraram caixões e alegaram à polícia que transportavam vítimas da Covid-19
O entorpecente saiu da fronteira, mas quando chegou na BR-060, região de Goiás, foi apreendido pela Polícia Militar. O motorista do carro, de 22 anos, tentou, mas sem atestado de óbito, não conseguiu enganar os agentes que abriram os caixões e o que era a suspeita, se confirmou: vários tabletes de maconha.
Pouco mais de um mês depois, no dia 17 de julho, o Departamento de Operações de Fronteira (DOF), apreendeu 440 quilos do ilícito que eram transportados em bicicletas. A apreensão aconteceu na MS-379, em Dourados.
Em outubro, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) prendeu dois homens, de 22 e 30 anos, respectivamente, na BR-463, região de Ponta Porã, que transportavam 1.537 quilos de maconha. Eles estavam em uma ambulância, com o giroflex ligado e como se não bastasse, vestidos de médicos. Quando os agentes deram ordem de parada, eles alegaram que estavam com paciente.
Esses são apenas algumas das inúmeras possibilidades criadas pelos traficantes, além de usarem caminhões com soja, milho e outras cargas. Ao O PROGRESSO, o delegado da Delegacia Especializada de Repreensão aos Crimes de Fronteira (Defron), Rodolfo Daltro, destacou que, para tentar burlar a fiscalização, “nada e ninguém escapa”.
Segundo Daltro, isso demonstra também que os bandidos não têm limite
“A criatividade, a audácia desses criminosos não tem limites. Eles escondem drogas até mesmo em carrinhos, roupas, berços de bebês. Já atendemos ocorrência em que a mãe escondeu 150 gramas de cocaína na roupa da criança, ainda de colo”, pontuou.
Segundo Daltro, isso demonstra também que os bandidos não têm limite, vão além da ética, moral. Onde eles enxergam uma brecha, eles usam para tentar fazer com que a droga chegue ao Brasil através de Ponta Porã e, consequentemente, distribuir aos demais estados”, destacou.
O titular da Defron relembrou ainda um caso recente em Dourados, em que um casal foi preso no dia 11 de março, escondendo drogas e armas no carrinho de bebê, que tem apenas três meses de vida. Na ocasião, foram apreendidos 6,2 quilos de maconha e duas armas calibre 38.
Outra situação apontada por Daltro é que alguns inocentes acabam servindo de ‘mulas’ para o tráfico. “Às vezes alguém vai até o Paraguai, deixa o carro para arrumar, e o veículo é carregado com drogas, mas o proprietário não sabe, e acaba caindo, detido pela polícia. Mulheres também são alvos desses bandidos, eles usam de artifícios que, aparentemente, não geram suspeitas na polícia”, concluiu.
Saiba mais | “Mula”
‘Mula’ é a pessoa usada por traficantes para transportar a droga ilegal por fronteiras policiadas, mediante pagamento ou coação.
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