Uma jovem de 23 anos pediu demissão de um consultório, localizado na avenida Mato Grosso em Campo Grande, alegando que um médico, de 60 anos, a importunou sexualmente. Ela foi até a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) nessa quarta-feira (21), acompanhada do marido, dizendo que o crime ocorreu no dia anterior e o suspeito teria dito: "não resisti".
Conforme o boletim de ocorrência, a mulher disse que trabalhou no local por 15 dias e, na última segunda-feira (19) "sentiu náuseas", sendo que o ex-patrão se ofereceu para examiná-la no dia seguinte.
No local, foi feito um ultrassom e o profissional teria avaliado que ela não tinha problemas de vesícula, sendo que o exame também foi feito na região da virilha, para verificar "se poderia ser hérnia", ainda segundo o relato da jovem.
Ao final, a jovem disse que o médico deu a ela um papel para se limpar, mas, também tentou limpá-la, momento em que ela levantou e se afastou, ficando de costas e com as calças um pouco abaixadas. Na ocasião, de acordo com o depoimento, o profissional teria dito que ela "tinha estrias, mas, eram lindas", momento que, apertou e beijou as nádegas dela, falando: "me desculpa, eu não resisti. Você está de parabéns".
Em seguida, a jovem alega que, imediatamente, se desligou da empresa e chamou o marido para conversar com o médico. No primeiro momento, ele teria falado que a mulher havia dado abertura". No entanto, após um tempo, tanto na presença do esposo dela como outra secretária, o médico teria assumido o erro e pedido desculpas.
Ainda conforme a mulher, o médico inclusive pediu a ela para continuar trabalhando na empresa, porém, ela recusou o pedido. Já na Deam, a vítima foi atendida pelo setor psicossocial e o caso foi registrado como importunação sexual.
A delegada plantonista da Deam, Joilce Siqueira Ramos, disse que não repassará detalhes do caso. Nesta quinta-feira (22), conforme a polícia, o inquérito será instaurado e testemunhas devem ser acionadas para depoimento.
A pena para o crime de importunação sexual varia de 1 a 5 anos de reclusão.