Aparecido Lima denunciou agressão no MPE. Foto: Marcos Ribeiro -
A Associação de Cabos e Soldados da PolÃcia Militar e Bombeiro Militar de Dourados (ACS) denunciou nesta tarde o espancamento sofrido por três policiais que atuavam em apoio ao Corpo de Bombeiros durante o resgate de vÃtimas do conflito por terras em Caarapó. A reclamação foi protocolada na tarde de ontem no Ministério Público Estadual e na Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil e visa cobrar a punição dos agressores e recuperar armamento dos profissionais que ficaram em poder da comunidade indÃgena. Para o presidente da associação, Aparecido Lima da Rocha, os policiais são vÃtimas de agressão fÃsica, tortura psicológica e cárcere privado. Segundo ele, os policiais foram aprisionados por volta das 12h e só foram libertados por volta das 16h. "Além das graves agressões, sendo algumas sérias pauladas na cabeça, um dos policiais ainda teve o corpo encharcado de gasolina. Foram momentos de terror para estes profissionais, que além das conseqüências fÃsicas poderão sofrer abalos graves psicológicos, prejudicando inclusive suas atuações", destaca.
A Associação dos Subtenentes e Sargentos Policiais e Bombeiros Militares de Mato Grosso do Sul (ABSSMS), seccional Dourados também se manifestou. Em nota a imprensa a entidade repudiou completamente as ações de extrema violência contra a integridade fÃsica de policiais militares na fazenda Ivu, municÃpio de Caarapó. "A ABSSMS, através de sua Comissão de Direitos Humanos cobrará do poder judiciário a responsabilização dos culpados, bem como prestará todo o apoio necessário aos policiais militares vÃtimas desse crime".
DIREITOS HUMANOS
Com o agravamento da situação dos indÃgenas da terra Dourados-Amambai Peguá, no municÃpio de Caarapó (MS), uma comitiva da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados está a caminho de Mato Grosso do Sul. Os deputados Padre João (PT-MG), Paulo Pimenta (PT-RS), Zeca do PT (PT-MS) e Wander Loubet (PT-MS) tinham previsão de chegar em Dourados na noite de ontem.
Em nota, a comissão classificou o ocorrido como "massacre de Caarapó". Disse que o agente de saúde indÃgena Clodiodi Aquileu de Souza foi morto após ataque de paramilitares e que outros seis indÃgenas também foram atingidos por disparos de armas de fogo e estão hospitalizados. Uma criança de 12 anos, baleada no abdômen, está entre as feridas.
Segundo lideranças Guarani e Kaiowá, o ataque é uma retaliação à s retomadas de terras. No mês passado, a Funai publicou a aprovação do Relatório de Identificação e Delimitação da Terra IndÃgena Dourados-Amambai Peguá.