Murilo Zauith diz que a decisão teria que passar por uma consulta em todo País
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O presidente regional do DEM, vice-governador Murilo Zauith, é contra a proposta de fusão com o PMDB, defendida por correligionários em nível nacional, como o prefeito de São Paulo (SP) Gilberto Kassab. Ele acredita que a decisão teria que passar por uma consulta em todo o País.
De acordo com Murilo, para o PMDB, juntar os dois grupos políticos seria ótimo, pois ampliaria a bancada do partido governista, que elegeu em 3 de outubro o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP), vice-presidente da República na chapa de Dilma Rousseff.
Um dos partidos que sofreram as maiores derrotas durante as eleições, o DEM enfrenta um truncado jogo de alianças e acordos até o fim do ano para definir uma mudança de curso que recoloque a legenda em uma rota de sobrevivência política.
Para analistas, os sucessores do antigo PFL, além de um possível desembarque no PMDB, estudam também a possibi-lidade de fusão com o PSDB, o que jogaria a legenda na bancada governista.
Depois de perder 22 cadeiras na Câmara e seis no Senado com o resultado do pleito de outubro, o DEM estuda se unir a outras siglas para manter parte do cacife político.
Na oposição desde a primeira eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2002, o partido viu a bancada se re-duzir dramaticamente.
Da quase uma centena de deputados federais eleitos em 1998, sobrarão apenas 43 a partir de 1º de fevereiro, data da posse dos novos parlamentares.
Diante dos números, os maiores expoentes da legenda estudam a fusão com PSDB ou PMDB. Na prática, isso signifi-ca dizer que a sigla poderia tomar um caminho insólito e apoiar o governo petista depois de fazer oposição ferrenha a Lula nos últimos oito anos.
O maior temor do DEM é que uma janela para a troca de partidos seja aprovada pelo Congresso e a bancada se reduza ainda mais com a migração de parlamentares para a base governista.
Ao negociar um desembarque na bancada governista, o DEM praticamente implodiria a oposição ao Palácio do Pla-nalto durante o governo de Dilma Rousseff, já que o grupo ficaria reduzido a PSDB, PSOL e PPS, que, juntos, detêm apenas 68 dos 513 assentos na Câmara dos Deputados.
Por isso, os atuais partidos da bancada governista desconfiam das reais intenções da legenda. Entendem que a negoci-ação aberta seria mais uma forma de pressionar o PSDB a garantir maior espaço nas composições estaduais e municipais.
O maior interessado é justamente Kassab, que termina o mandato na Prefeitura de São Paulo em 2012 e almeja chegar ao Palácio dos Bandeirantes, que será ocupado por Geraldo Alckmin (PSDB) nos próximos quatro anos.