"Em depoimento ele disse que mantinha uma paixão pela ex e também que tinha ciúmes do relacionamento dela com o atual. O jovem confessou o crime, porém não informou se foi algo premeditado. Ele também informou que furtou um veÃculo da oficina mecânica em que trabalha para visitar a filha e lá encontrou o casal", comentou a delegada Fernanda Félix, adjunta da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam).
Um dia antes do crime, o suspeito confirma que esteve na casa da vÃtima. Como não a encontrou, ele foi para uma chácara em Jaraguari, onde encontrou com os pais. "Ambos mantinham a guarda compartilhada. E no dia dos fatos, logo após atropelar a vÃtima e ferir a jovem, o suspeito contou que saiu correndo, deixando a chave na ignição do carro", ressaltou.
Houve um percurso até ele encontrar com parentes, no Jardim Noroeste. "Max ressaltou que foi orientado a se entregar e por isso compareceu na Deam, à s 14h da quarta-feira (3). Havia um mandado de prisão em seu desfavor e por isso ele permaneceu preso. O jovem irá responder homicÃdio qualificado, tentativa de homicÃdio e terá um pena que ultrapassa 30 anos de prisão", comentou a delegado Félix.
Nos próximos dez dias, segundo a delegada, a polÃcia pretende concluir o inquérito e encaminhar ao poder judiciário. Questionado pelo G1 o mecânico preferiu manter o silêncio. O seu advogado Benjamim Hoffmeister comentou que diversos fatos divulgados não condizem com a realidade e por isso muita coisa ainda precisa ser investigada.
"Todas as circunstâncias serão esclarecidas, já que muita coisa errada foi ventilada. Temos, neste momento, uma famÃlia que chora pela perda da vÃtima e outra que chora pelo encarceramento do meu cliente. Ele não confessou o crime diretamente e vamos trabalhar todas essas circunstâncias na fase processual", afirmou o advogado.
Entenda o caso
O crime ocorreu na noite do dia 31 de julho, no bairro Mata do Jacinto, em Campo Grande. Max dirigia um carro do Departamento Estadual do Trânsito de Mato Grosso do Sul (Detran-MS) e atingiu a motocicleta em que as vÃtimas estavam.
O Detran confirmou que o veÃculo é do órgão estadual e que estava em uma oficina para manutenção. Informou também que em casos como esse o veÃculo fica sob "total responsabilidade da empresa" e que esta já está tomando as medidas cabÃveis para conserto e situação criminal.
Segundo o registro policial, o mecânico estava sozinho no veÃculo. Ele atingiu a moto pilotada pela ex-companheira, de 23 anos, que tinha como passageiro o namorado dela, de 25 anos. Os dois foram arrastados por cerca de 16 metros. O rapaz não usava capacete e morreu no local.
O suspeito abandonou o veÃculo próximo ao local e fugiu. O carro tinha danos na parte da frente, pneus dianteiros estourados e chave estava na ignição.
Conforme o boletim de ocorrência, a jovem foi socorrida para a Santa Casa com ferimentos e consciente. Ela disse à polÃcia que o ex-marido não aceitava o fim do relacionamento e havia ameaçado ela e o namorado de morte durante a semana.
A jovem já havia denunciado o ex à polÃcia duas vezes por lesão corporal e ameaça e tinha pedido medidas protetivas. Testemunhas disseram à polÃcia ter visto o suspeito com o carro na região desde o dia anterior. O caso foi registrado como homicÃdio e tentativa de feminicÃdio.