Segundo informações do delegado regional de combate ao crime organizado, Cléo Mazzotti, e do delegado da unidade da PF e Ponta Porã, Glauber Fonseca de Carvalho Araújo, o esquema passou a ser investigado em 2014, quando um estrangeiro tentou tirar passaporte em Ponta Porã e acabou sendo preso. Portando documentos "teoricamente" verdadeiros, o homem foi descoberto palestino na conferência de suas digitais.
De acordo com a polícia, a fraude era feita num cartório de Areado, em São Gabriel do Oeste, onde eram confeccionadas certidões brasileiras verdadeiras para estrangeiros. A polícia afirma que ele recebia cerca de R$ 10 mil por cada documento confeccionado. O dono do cartório também deverá ser investigado.
Até agora, as investigações apontam para quatro estrangeiros com certidões brasileiras. Essas pessoas já foram identificadas pela polícia e estão sendo monitoradas, mas os delegados acreditam que há mais beneficiários.
Por enquanto apenas foram cumpridos cinco mandados de busca em apreensão, sendo três em Campo Grande e dois em São Gabriel do Oeste. Segundo a PF, os brasileiros podem ser indiciados por corrupção ativa ou passiva, inserção de dados falsos em sistema, falsificação de documentos e associação criminosa.
Os estrangeiros respondem pelos mesmos crimes e se condenados, serão expulsos do Brasil. Segundo a polícia, a operação não tem vinculação terrorista.