\"Queremos conversar de forma efetiva com o governo federal para buscar uma solução eficaz, urgente, que integre a União, os Estados e os municípios, além de mobilizar a sociedade civil. Isso precisa ser enfrentado imediatamente”, disse Ziulkoski.
Os municípios foram questionados sobre a presença ou não do crack e sobre o desenvolvimento de políticas públicas voltadas à prevenção e ao controle do uso. Mais de 91% não possuem programa municipal de combate ao crack e ne-nhum tipo de auxílio dos governos federal e estadual para desenvolver ações. E, apenas 8,43% desenvolvem algum pro-grama municipal de combate.
As principais ações foram tomadas por iniciativa própria dos próprios gestores e estão voltadas à mobilização e orientação, prevenção ao uso de drogas, atendimento aos familiares, tratamento aos dependen-tes, combate ao tráfico, estudos e pesquisas.
Além dos programas municipais, a CNM perguntou se os municípios desenvolvem alguma campanha de combate ao crack. Segundo as respostas, 48,15% disseram que promovem campanhas preventivas e 51,85% disseram que não. Rio Grande do Sul, Ceará e Sergipe lideram este ranking com, respectivamente, 64,5%, 59% e 56,5% de Municípios. Tam-bém não há apoio financeiro estadual ou federal em 58% desses casos.
#####Alternativas
Ziulkoski enumerou algumas alternativas para dar início à busca de uma solução. Segundo a CNM, é preciso implan-tar uma política eficaz de qualidade para combater a entrada de drogas no Brasil, um acordo entre os entes federados – União, Estados e Municípios – para agir nas fronteiras, o controle efetivo da cadeia produtiva da indústria química naci-onal, além da revisão de leis permissivas que impedem uma ação mais efetiva da polícia.
A partir desta segunda-feira, Ziulkoski anunciou a criação de um observatório municipal para monitorar o uso e o consumo de crack nos Municípios. Ele também informou que a CNM irá procurar as autoridades federais, estaduais e o legislativo para apresentar os dados e discutir alternativas. A CNM também pretende reunir os Municípios de fronteira e propor ações integradas.
#####Exclusão
Sobre o Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas, Ziulkoski criticou o fato dele não contemplar Municípios com menos de 20 mil habitantes, que não podem solicitar recursos para instalar leitos de tratamento aos vici-ados. “Esse plano ainda não trouxe nada de real aos municípios pequenos. É hora de buscarmos medida concretas”, afir-mou.