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Operação Nevada

Campo-grandenses são presos em operação da PF

10 Jun 2016 - 06h00
Delegados Cleo Mazzotti e Fabrício Rocha da PF, explicam detalhes da Operação Nevada, desencadeada ontem no MS, MT e SP. - Crédito: Foto: Elvio LopesDelegados Cleo Mazzotti e Fabrício Rocha da PF, explicam detalhes da Operação Nevada, desencadeada ontem no MS, MT e SP. - Crédito: Foto: Elvio Lopes
A Polícia Federal deflagrou, na manhã de ontem, Operação Nevada, cujo principal foco das investigações, realizadas nos dois últimos anos, identificou e prendeu três irmãos, considerados como os "testas de ferro" de uma organização criminosa responsável pelo tráfico de várias toneladas de cocaína procedentes da Bolívia e que eram lançadas de aviões na região de Porto Murtinho, levadas para esconderijos em fazendas de Bodoquena e Bonito e posteriormente transportadas em caminhões, carretas e caminhonetes para São Paulo.


Os delegados Cléo Mazzotti, responsável pelo combate ao crime organizado da Polícia Federal e Fabrício Martins Rocha, chefe da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da PF no Estado, explicaram, em coletiva na manhã de ontem, o curso das investigações que começaram há 23 meses e que resultaram na prisão de 17 pessoas, das 20 que tiveram mandados de prisão preventiva acatados pela 3ª Vara da Justiça Federal, em Campo Grande.


Na operação, outras sete pessoas foram conduzidas coercitivamente à Superintendência da Polícia Federal na Capital para prestarem esclarecimentos sobre as investigações e os investigados; 31 mandados de busca e apreensão e 47 mandados de sequestro de veículos foram cumpridos ontem em Campo Grande, Bonito, Bodoquena (MS); Rondonópolis (MT) e São Paulo, Guarulhos, Suzano, São Bernardo do Campo e Guarujá (SP).


Os dois delegados explicaram que as investigações duraram esse período – 23 meses – depois que a PF identificou donos de uma garagem na Capital que mantinham um modo de vida de alto padrão, contrário aos rendimentos declarados, na média de R$ 60 mil anuais e realizavam constantes festas na residência de luxo localizada na rua Sierra Nevada, no Bairro Chácara Cachoeira, que vinha sendo monitorada desde a instauração do inquérito na PF em julho de 2014 e que originou a denominação da ação policial.


Segundo os delegados, as investigações começaram com apreensões de grandes cargas de cocaína que pertencia à organização criminosa, no trecho entre Corumbá e São Paulo e também de US$ 2,2 milhões, dos quais US$ 1,7 milhão, na BR-262, entre Campo Grande e Três Lagoas e o restante e mais R$ 38 mil, durante a operação. "Essa apreensão de dinheiro em espécie, que a quadrilha utilizava para pagar os carregamentos de drogas, não surtiu grande preocupação aos criminosos, que continuaram normalmente suas funções no tráfico", explicou Mazzotti.


Além desse dinheiro e de 778 quilos de cocaína, a Polícia Federal apreendeu, na Operação Nevada, mais de 10 armas, entre as quais um fuzil calibre 5,6 mm; uma pistola calibre 9 mm; dois revólveres calibre 38 e munições calibre 38 e 9 mm e 30 veículos de luxo e caminhões utilizados pelos integrantes da quadrilha.


A operação foi deflagrada, segundo os delegados, com o objetivo de desmantelar a organização criminosa que se utilizava de uma garagem de compra e venda de carros na rua Rodolfo José Pinho, no Jardim São Bento, como empresa de fachada para ações do tráfico internacional de cocaína e lavagem de dinheiro. "Eles adquiriam veículos com valores de R$ 600 mil (dois) e outros entre R$ 200 mil e R$ 400 mil, que utilizavam em suas atividades rotineiras. Em dois anos, a PF identificou a movimentação de R$ 14 milhões pela organização criminosa.

Lavagem


Normalmente, os criminosos utilizavam-se de laranjas para realizar a movimentação financeira, que forneciam contas bancárias e também armazenavam bens adquiridos pela quadrilha. "A lavagem de ativos era feita com a compra de veículos e imóveis, que permaneciam nos nomes dos proprietários originais e que, depois de vendidos, eram transferidos e o dinheiro – em espécie – utilizado para a compra da droga e as atividades da organização", explicou Fabrício Rocha.


Atuaram na deflagração da Operação Nevada 168 policiais federais, que realizaram oito prisões em flagrante e as conduções coercitivas, além das apreensões realizadas ontem. A operação terá continuidade com outras investigações para identificar mais colaboradores da organização criminosa e identificar os proprietários das fazendas em Bonito e Bodoquena, passando pelo Campo dos Índios, para onde as cargas de cocaína, lançadas em fardos na zona rural de Porto Murtinho, eram levadas e preparadas para embarque para os grandes centros.


Pelo fato do inquérito tramitar em segredo de justiça, os delegados não divulgaram os nomes dos envolvidos e todos os presos, entre os quais uma mulher, flagrada negociando 10 quilos de cocaína em São Paulo, foram encaminhados à Superintendência da PF em Campo Grande.

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