Crédito: DivulgaçãoEnquanto a pandemia do novo coronavírus parou o mundo, impedindo as relações comerciais entre países e prejudicando diversos setores, o crime organizado conseguiu encontrar uma forma de escoar a droga produzida no Paraguai. O país fechou a fronteira com Mato Grosso do Sul em março e até agora a travessia de populares é impedida por barreiras de arame, sob escolta de homens armados.
Dados obtidos por O PROGRESSO junto ao Departamento de Estatísticas da Polícia Rodoviária Federal, mostram um aumento superior a 200% nas apreensões comparada com o mesmo período em 2019.
No ano passado a corporação apreendeu entre março e junho o total de 48.673 quilos de maconha. Já neste ano, com a fronteira fechada, foram 162.242 quilos da droga. Isso representa um aumento de 233%.
Só no mês de junho, por exemplo, foram 85.468 quilos de maconha interceptada pelas equipes policiais, nas rodovias federais que cortam o estado. Em junho de 2019 o balanço total foi de 21.035 kg da droga.
E esse aumento expressivo não ficou somente na competência da PRF não. No DOF (Departamento de Operações de Fronteira), abordagens com flagrante de maconha cresceram 170% neste ano.
Já foram apreendidos desde março, 98.255,300 kg de maconha. Em 2019, no mesmo período, era apenas 36.372,199 kg.
PRF apreendeu 162 toneladas de maconha entre março e junho
Linha internacional fechada
Desde que a pandemia chegou a Mato Grosso do Sul, em março, o governo paraguaio aplicou duras medidas de contenção de circulação. A linha internacional foi bloqueada com arames, pneus, e é monitorada durante 24 horas por militares do Exército.
A economia de Pedro Juan Caballero, cidade paraguaia vizinha a Ponta Porã, foi arrasada pela pandemia. O turismo comercial é a principal sustentação do emprego e renda na capital do estado de Amambay.
Na semana passada, após uma série de protestos por parte dos comerciantes pedrojuaninos, o governo paraguaio permitiu o modelo de entrega delivery com os brasileiros.
Não há previsão de que as fronteiras sejam abertas. A postura do governo brasileiro ante a maior pandemia da atual geração, tem influenciado na resistência do presidente Mario Abdo Benítez. Ele e o presidente Jair Bolsonaro chegaram a conversar em maio. Apesar da intercessão para que o país vizinho amenizasse o bloqueio, Abdo afirmou não ser o momento oportuno.
O país confirmou total de 3.748 casos da Covid-19, sendo que 33 pessoas morreram em decorrência à doença. Os números são inferiores ao já registrado em Dourados.
O Brasil, por sua vez, ocupa a segunda posição no mundo, atrás somente dos Estados Unidos. São mais de 2 milhões de infectados com mais de 80 mil mortes já registradas. Pouco mais de 1,4 milhão se recuperaram do novo coronavírus no país.
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