Com a crise econômica dos últimos anos e os prováveis cortes de recursos para a educação, poderemos descartar o desejo da melhoria na qualidade de ensino. Para fazer uma comparação, a Suíça, um dos países com maior Índice de Desenvolvimento Humanos (IDH), aplica 15 mil dólares per capita/ano em educação. O Brasil não chega a 2,5 mil dólares. Mesmo com aumento da arrecadação e com mais recursos voltados para a educação, o que garante que esse dinheiro chegue às escolas e seja bem empregado, haja vista a estrutura política viciada que temos acompanhado nas várias investigações da operação Lava Jato?
Com 52 anos de experiência na inserção de jovens no mercado de trabalho, o CIEE vislumbra a necessidade de uma educação de qualidade, voltada para as demandas do mundo do trabalho. Um ensino que não aponte apenas para uma boa nota no vestibular ou no Enem, mas que priorize um conjunto que direcione o jovem a temas profissionalizantes, a orientação profissional, a modelos comportamentais e corporativos sem rusgas ideológicas.
Precisamos de uma educação que incentive a formação de novos professores, para desempenhar suas funções com salários dignos e materiais didáticos modernos; que privilegie uma boa gestão dos recursos públicos; e cesse as indicações políticas para os cargos de gestores. Que os educadores assumam a obrigação de construir um novo paradigma para a educação, olhando sempre lá na frente, com vistas ao futuro do Brasil. Sonhar é o primeiro passo para tornar algo em realidade.
Presidente Executivo do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE), da Academia Paulista de História (APH) e diretor da Fiesp. e-mail: [email protected]