Recentemente, o principal jornal de Nova York estampou como manchete, em sua primeira página, que o Brasil, já ganhou a medalha de ouro no tema chamando corrupção. O mundo inteiro tomou conhecimento dessa matéria. Constrange os nossos nacionais e afugenta os investidores internacionais. Abre um abismo medonho para a nossa economia.
As desculpas esfarrapadas apresentadas pelos agentes políticos envolvidos em atos de corrupção causam náuseas. Foi isso o que o âncora do Jornal da Bandeirante disse, no dia 6 de junho. Agora, o procurador-geral da República, surpreende a nação com o pedido de prisão de Renan, Sarney e Jucá. Outras prisões se sucederão. O próprio governo interino está recheado desses corruptos ocupando ministérios. Por todos os lados dessa República campeiam a desonestidade, a roubalheira e os atos que ultrajam o nosso passado de glória. Isso tudo está ocorrendo porque não temos o exato conhecimento dos fatos semelhantes, que ocorreram no mundo.
Dois episódios merecem apreciação: a Revolução Francesa de 1.789 e a Revolução Russa de 1.917. Em ambas as ocasiões o que se constatou foi a roubalheira desenfreada da aristocracia que se alimentava, bebia, não pagava os impostos e ainda gozava de outros tantos privilégios em evidente desrespeito à massa dos trabalhadores. Um regime de força se instalou e se ocupou de processar, julgar e condenar, os que conspiravam em desfavor do povo.
Essas revoluções, e outras tantas que existiram em todos os quadrantes do nosso planeta, podem não ter resolvido a vida econômica, política e social dos povos envolvidos nesses fatos, mas, seguramente, serviram de exemplo, de freio, para os avanços inescrupulosos daqueles que só enxergam no dinheiro o seu único Deus, o seu único poder. Não precisamos chegar a esse ponto, embora tenhamos motivos sobejamente fortes para tanto.
Nesse quadro horroroso que estamos protagonizando ninguém mais sabe o que é a verdade, onde ela está e com quem está. Uma verdadeira angústia. Por isso que Rui sempre terá razão. Precisamos depositar a nossa confiança na Justiça séria, honesta e bem propositada e não na venal. Dessa, não precisamos. Os nossos juízes, são sérios e dignos da toga que usam.
Temos que acreditar que somente com a correta aplicação da lei teremos a esperança fundada de ver restituída a saúde que a nossa República tanto necessita. Sem essa confiança para patrocinar a limpeza moral que tanto clamamos a alternativa que nos resta outra não é senão o uso da força, o que seria um retrocesso. Isso ninguém quer. Isso ninguém deseja.
Promotor de Justiça aposentado. e-mail: [email protected]