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Julio Capilé

Água, o bem comum

01 Jun 2016 - 06h00
Água, o bem comum -
Há alguns anos escrevi sobre este assunto. Não sou alguém cuja voz possa atingir as massas e vejo com tristeza que a humanidade continua com o mesmo despreparo perante a Natureza. Agora com a abundancia de chuvas que ocorreu em grande parte do Brasil pensei em repisar o tema. Locais onde houve abundância de água até destruindo tudo à sua frente, não havia água própria para o consumo humano. Um contra-senso, mas...


Água. Sem ela não haveria vida na Terra. Infelizmente os homens não têm tratado esse bem comum como deveria. O ser humano deteriora o ambiente onde vive, polui as nascentes, os rios, os lagos, o ar, enfim faz o que bem entende sem pensar nem nele mesmo para o dia de amanhã. Para ele o que importa é o agora e a lei do menor esforço. Se compararmos de uns 70 anos para cá, vemos o quanto a água sofreu por influência humana, principalmente depois da II Guerra Mundial. A tecnologia desenvolveu tanto, que quase tudo degrada o solo. Antes não havia matéria plástica - a poluição mais duradoura -. Não havia certos compostos químicos com finalidades industriais e que, se vazados em locais impróprios, mata, na área afetada, muitas espécies. Não havia desperdício como agora.


Os cientistas do mundo inteiro estão preocupados com a degradação do precioso líquido em todo o mundo. Além de poluídos os rios e lagos estão diminuindo de volume face ao desmatamento junto aos mananciais. Segundo informações de órgãos abalizados, já existem 80 países sem água. No futuro a água será motivo de guerras. Acho que já começaram!


O Brasil é riquíssimo de água, mas os homens, por falta de educação sobre preservação do meio ambiente, estão destruindo essa riqueza. Segundo informações dos cientistas, de toda água potável no planeta o Brasil é detentor de 15 a 16%. O planeta é constituído de 3/4 de água. Mas agora se sabe que de toda água existente, somente 1% é própria para o consumo humano. É desse 1% do total que o Brasil tem 15%. Não pensem que um caudal como o dos rios amazônicos não sofrerá. Se o homem continuar sua faina devastadora, a água faltará dentro de uns 50 anos. Nessa época, segundo previsão da ONU, a Terra terá em torno de 9 bilhões de habitantes e, segundo alguns estudiosos do assunto de que a cada 30 anos a população está dobrando, serão 12 bilhões e a água será muito menos que hoje. Se agora com 6 bilhões já há escassez, imagine-se então! Há cerca de quatro mil anos o Oriente Médio fazia parte do Fértil Crescente. Tinha mata e campo. Hoje é terra sáfara. Isso acontecerá em outros lugares. O Fértil Crescente continuava por todo o Norte da África e terminava na Espanha. Aqueles desertos deveriam ser semelhantes à selva amazônica ou, no mínimo, savanas férteis ricas de flora e fauna.


Embora eu não seja astrônomo (nem sei se isso é coisa para astrônomos), creio que os planetas de nosso sistema solar, os mais velhos, de Marte em diante, já tiveram vida; tiveram água. Secaram por ação de seus habitantes que poluíram e desperdiçaram a água, degradaram o solo e o ar, destruíram a fonte da vida inclusive a camada de ozônio. Isso acontecerá com a terra se seu povo não for educado a amar as fontes, os rios, os lagos e também o ar que respira. É questão de educação. As instituições religiosas, os clubes de serviço, a maçonaria, as autoridades e o povo em geral devem-se unir numa campanha de preservação ambiental. E é pra já!. A degradação está muito rápida.


Tenho escrito sobre isso: cada pessoa quando for à beira de um curso d’água, a passeio ou pescaria, deve levar sementes e semeá-las para ir pouco a pouco ajudando a natureza. Não importa de quê. Pode ser de árvores frutíferas ou não. Toda semente é bem vinda para a natureza e ela agradece sempre. E, por favor, carreguem seu lixo para pô-lo no lixo.


Médico. Escreve às quartas-feiras. e-mail: [email protected]

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