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ENTREVISTA

‘Weimar era respeitado e excelente orador’, afirma Pedro Simon

31 Mar 2016 - 09h47
Ex-senador Pedro Simon concedeu entrevista exclusiva para o Jornal O PROGRESSO. - Crédito: Foto: Marcos RibeiroEx-senador Pedro Simon concedeu entrevista exclusiva para o Jornal O PROGRESSO. - Crédito: Foto: Marcos Ribeiro
O ex-senador Pedro Simon, de 86 anos, expressão política nacional, exemplo de ética na política, que se retirou da vida pública para dar oportunidade às novas lideranças, cumpriu o compromisso com o curso de direito da Universidade da Grande Dourados (Unigran) e proferiu palestra sobre ética política, na noite de terça-feira, durante aula magna que foi bastante prestigiada, tanto pelo público interno como interno. Durante passagem por Dourados o senador Pedro Simon concedeu entrevista exclusiva ao jornal O PROGRESSO e lembrou do seu fundador, o jornalista, advogado e político Weimar Gonçalves Torres, que morreu em pleno exercício do mandato, vítima de acidente aéreo em Londrina (PR).


"Eu era deputado estadual no Rio Grande do Sul, presidente do partido, e já fazia parte da direção nacional do partido quando conheci o deputado Weimar Torres. Ele era um grande orador, falava muito bem, lembro que ele era muito respeitado e ele me falava sobre o jornal, jornal este que, com sua morte, a senhora, sua viúva, assumiu depois. Mas, na época, o Weimar Torres sofreu muito com esse jornal, era uma época de ditadura militar, foi o período do AI 5, lembro-me que as páginas do Estadão, publicavam receitas de bolo e aquelas poesias de Castro Alves porque era proibido publicar a realidade. Foi um acidente trágico, porém, sua viúva soube enfrentar também as dificuldades daquele período e manteve o jornal até hoje".


Com relação à palestra, o senador já havia feito compromisso com a Unigran quando, posteriormente, surgiu a reunião histórica do partido realizada na última terça-feira, data da palestra do líder nacional do PMDB. "Nós tínhamos marcado essa palestra, com os dirigentes da faculdade, Unigran, há muito tempo, meu amigo Renato (Renato Pereira – diretor do curso de direito) e apesar de coincidir com essa reunião do PMDB, em Brasília, eu não poderia deixar de cumprir esse compromisso que fiz com a faculdade", disse Simon.


Sobre o rompimento do PMDB com o PT, que deve entrar para a história da política nacional, o ex-senador discorreu: "O partido decidiu que era importante, nesse momento, sair da base do governo, mas penso que o mais importante é que o PMDB prepare o candidato próprio para, daqui a dois anos, não só candidato a presidente, como deputados federais, deputados estaduais, senadores, creio que essa opção em apoiar o PT já se esgotou".


Ele analisa que o Brasil está virando a página e deixando de ser conhecido como o País da Impunidade, se referindo à firme atuação do Ministério Público e do Poder Judiciário com a Operação Lava Jato.


"As coisas estão tomando outro rumo no Brasil, que de País da impunidade passa a ser um exemplo de combate à corrupção. "Todos nós devemos reconhecer que o Judiciário e o Ministério Público estão mudando o Brasil. Antes, era o País da Impunidade; se roubasse uma galinha iria preso, caso contrário, não iria para a prisão. Hoje, o maior empreiteiro do País está na cadeia, fortes empresários. Um senador foi para a cadeia? Quando que antes isso acontecia?


Pedro Jorge Simon, nascido em Caxias do Sul, em 31 de janeiro de 1930, é advogado e professor universitário. Foi senador pelo Estado do Rio Grande do Sul, filiado ao Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), entre 1979 e 1982 e por três mandatos consecutivos entre 1991 e 2015.


Simon é descendente de imigrantes libaneses que chegaram a Caxias do Sul em 1922, originários de El Kufur, junto com outras famílias como Sehbe, Kalil e David, todas católicas.


Ele é formado em direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) com pós-graduação em Economia Política, sendo também especialista em Direito Penal. Pedro Simon foi professor da Universidade de Caxias do Sul (UCS).

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