Representantes do Sindicato estão abertos a negociação com classes patronais - Crédito: Foto: Flávio Verão/PROGRESSO
DOURADOS – Sem avanços na primeira rodada de negociação, vigilantes de Mato Grosso do Sul ameaçam fazer greve. Eles são responsáveis pela segurança de setores de indústria, comércio, órgãos públicos e privados e o sistema financeiro, como bancos, cooperativas de crédito. Caso a categoria decida pela paralisação, as agências bancárias não poderão funcionar devido à lei 7.102 que não permite a abertura sem a presença de, no mínimo, dois vigilantes.A primeira rodada de negociação com a classe patronal ocorreu na semana passada, em Campo Grande. A segunda está marcada para amanhã. “Estamos abertos para negociação, mas se não houver uma melhor atenção para a nossa categoria com certeza iremos deflagrar a greve”, avisa o presidente do Sindicato dos Vigilantes de Campo Grande e região, Celso Adriano Gomes Rocha.
Além da capital, Dourados e Naviraí também estão na luta por reivindicações. Esses sindicatos, que representam cidades do entorno, são representados pelos vigilantes Antônio Ferreira e Admilson Rodrigues, respectivamente. Em todo o Estado existe aproximadamente 8.200 vigilantes, desses 70% são sindicalizados.
O salário base da categoria é de R$ 726,00. Eles recebem também R$ 13,45 por risco de vida e R$ 110,00 de alimentação. Para esta negociação, reivindicam um reajuste salarial de 14,5%, além de 30% no atual risco de vida e vale alimentação de R$ 13,50 por dia, ao invés de R$ 110 mensal. Os profissionais que atuam em agências bancárias reivindicam, ainda, mais R$ 180.
Se a greve for deflagrada, poderá provocar o desabastecimento de cédulas no sistema de caixas eletrônicos das agências, já que os carros-fortes não poderão descarregar. Também prejudicará o comércio. Muitas empresas e indústrias utilizam o carro-forte para fazer o transporte de valores até o banco.
A última greve da categoria no Estado ocorreu em fevereiro do ano passado, somente em Campo Grande. Se ocorrer desta vez atingirá vários municípios, diz o sindicalista Celso Adriano Gomes. No início deste ano, a categoria dos vigilantes de Mato Grosso, Paraná, Espirito Santo e Bahia entraram em greve. As agências bancárias permaneceram fechadas durante o período de paralisação, já encerrada nos quatro estados.