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Editorial

Vandalismo Digital

16 Mai 2011 - 07h05
Vandalismo Digital -
16.05.2011 - Vandalismo Digital

A tecnologia é fundamental e indispensável num mundo globalizado, porém, a mesma tecnologia que transfere dados em tempo real, proporciona que as pessoas convivam on-line mesmo estando em continentes diferentes, salva vidas e facilita o cotidiano das pessoas, também é utilizada de forma negativa por vândalos cibernéticos. Alguns, como os hackers, por exemplo, tentam tirar vantagens financeiras acessando contas bancárias e fazendo transferências ilegais de altas somas.

Esses já estão na mira da Justiça e muitos têm sido presos nos últimos anos através de ações da Polícia Federal, que já tem até um departamento especializado em crimes cibernéticos. Porém, outros têm se especializado no puro e simples vandalismo, usando a tecnologia digital para espalhar vírus pela rede mundial de computadores ou, simplesmen-te, para denegrir a honra e o caráter de pessoas de bem, ordeiras e cumpridoras dos seus deveres como cidadãs. Infeliz-mente, esta última categoria ainda goza das benesses que a impunidade proporciona e, escondidos atrás do anonimato, seguem transformando em inferno a vida de todos que tem um endereço eletrônico.

Como a modernidade e a globalização exigem que as pessoas estejam sempre plugadas na internet, não são poucos os que acabam se transformando em vítimas dos vândalos e piratas virtuais, porém, muito prejudiciais à sociedade. Para os olhos da justiça o crime que eles cometem ao injuriar, difamar e caluniar as pessoas pode não parecer grave - tanto que não existe legislação específica no Brasil que puna aqueles que usam a internet para tais fins - mas para quem sofre esse tipo de violência, os contratempos são enormes. Apenas usar o Código Penal para punir quem viola os artigos 138 (calú-nia), 139 (difamação) e 140 (injúria) desse mesmo código não basta para restabelecer a ordem, é preciso uma lei própria para os crimes praticados por meio da internet.

Os congressistas também precisam se atualizar, propondo, discutindo e aprovando leis capazes de impor limites no uso da rede mundial, bem como punindo aqueles que não respeitam princípios básicos da convivência em sociedade.

Em uma dessas incursões, os vândalos cibernéticos enviam e-mails denegrindo a honra de pessoas de bem, com men-sagens informando que cidadãos conhecidos e com grande conceito junto à sociedade estão com o nome inserido na Se-rasa e no SPC. Ao abrir o e-mail, o computador é invadido pelo vírus que chega à lista de endereços e envia mensagens semelhantes aos cadastrados, ou seja, em pouco tempo milhares de computadores são invadidos pela mensagem nefasta criada por algum nefando que não deve ter muito o que fazer da vida. Geralmente são jovens que não conhecem limites, não são acompanhados pelos pais e não têm muita expectativa de um vida melhor, construtiva, vitoriosa e de realizações.

São pessoas contraproducentes, que preferem caminhar pela contramão da moral e bons costumes. Esse é apenas um exemplo de tantos outros vírus que são espalhados através da rede mundial de computadores, sempre provocando prejuí-zos morais e financeiros.

As pessoas já não sabem se podem confiar em mensagens enviadas até por conhecidos ou colegas de trabalho e nem aqueles que recorrem aos poderosos programas antivírus estão totalmente seguros. Infelizmente, é o preço que a humani-dade tem que pagar para conviver com a tecnologia, tão indispensável na vida moderna.

Um levantamento recente apon-tou que o Brasil é o segundo maior país em acesso à internet em todo o mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos. Não seria hora de criar uma legislação específica para o setor? Os nobres deputados e senadores bem que poderiam dei-xar os interesses pessoais de lado para criar leis que regulamentem a internet no Brasil, criando penas pesadas para quem usa a tecnologia a serviço do mal, como simples ato de vandalismo ou para denegrir a honra das pessoas.

O país carece de leis específicas para o setor, mesmo porque os provedores hospedam qualquer tipo de site, ofertam endereços eletrôni-cos anônimos, prejudicam e dão guarita aos bandidos sem que possam ser responsabilizados por isto. O fato é que já passou da hora do Brasil moralizar este setor, mas essa é uma obrigação que está nas mãos dos congressistas.

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