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Projeto tira índios do alcoolismo

11 Nov 2010 - 09h43
Estudantes indígenas  aprendem a cultivar o próprio alimento através de um projeto
Foto: Hédio Fazan


 - Estudantes indígenas aprendem a cultivar o próprio alimento através de um projeto Foto: Hédio Fazan -




Um projeto desenvolvido pela Escola Municipal Indígena Pai Chiquito Chiquito Pedro, localizada na aldeia Panambizinho, cerca de 20 quilômetros de Dourados, vem desenvolvendo um projeto que visa aumentar a autoestima dos indígenas, e com isso, ajudando-os a se livrarem da bebida alcoólica e consequentemente reduzir o índice de violência e o suicídio.

Trata-se do Projeto Educando com Horta e Roça Caiuá”, que envolve pelo menos 96 alunos, entre 8 a 20 anos de ida-de. Eles aprendem a cultivar a agricultura de subsistência e horta comunitária com objetivo didático e subsistência da comunidade.

Os estudantes do período da manhã, passam a tarde envolvidos no projeto, bem como os do período da tarde, que pas-sam a manhã cultivando a terra.
Uma das idealizadoras do projeto, a diretora da Escola, Clarice Célia Echeveria, explica que a ideia de se criar uma atividade para envolver os indígenas nasceu depois da constatação do aumento da violência e a morte de uma estudante na aldeia, depois de ter ingerido bebida alcoólica e ser estuprada. O fato aconteceu em julho deste ano, quando a direção da escola decidiu colocar o projeto realmente em prática, com os poucos recursos que conseguiu arrecadar durante numa promoção. O projeto conta com o apoio de duas professoras, a bióloga Bianca Massiga e a geógrafa Ana Rosa Lopes.

Clarice diz que o projeto não é beneficiado com nenhum tipo de recurso público. A única ajuda que recebeu até agora foi a doação de cinco enxadas da prefeitura, que os alunos usam para cultivar a terra. “Se fossemos esperar qualquer tipo de ajuda, não conseguiríamos colocar o projeto em prática, por isso, arregaçamos as mangas com a cara e coragem”, lembra ela.
Num espaço de um equitare os alunos indígenas plantam ramas de mandioca, milho, abóbora, entre outras culturas de subsistência, além de uma horta para cultivo de hortaliças. “Além de complementação na merenda escolar, o que os alu-nos produzem levam para suas casas ajudando no reforço da alimentação familiar”, disse Clarice.

Ela conta que depois que a escola colocou o projeto em prática, melhou muito a autoestima dos estudantes, que agora têm uma atividade. A escola conseguiu, inclusive, reduzir a evasão escolar, que era bastante alta. “Os jovens se sentem mais valorizados, tem uma atividade e com isso, evitam procurar a bebida alcoólica para solucionar seus problemas”, observa a professora.

Ela diz que os desafios são muitos para conseguir levar o projeto a diante, principalmente por causa da falta de recur-sos para aquisição de máquinas, implementos agrícolas e sementes. “Toda a ajuda que chegar é bem vinda. Preci-samos tocar o projeto em diante para beneficiar a comunidade indígena, dando apoio moral e a manutenção alimentar”, observou.
Quem desejar ajudar o projeto de agricultura da Aldeia Panambizinho poderá ligar para 9924-4104 e falar com a Clarice.

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