
Segundo ele, outra problemática está na falta de estrutura dos Centros de Educação Infantis (Ceims), além do aumento nos repasses para a educação. O problema que é visível na zona urbana é mais grave nas aldeias indígenas. De acordo com Brumatti, faltam materiais de limpeza e professores.
Professores da rede estadual de ensino também cobraram melhorias. Uma delas é a agilidade na reformulação do Estatuto da Educação. Eles também lutam por reajuste de 35% para a médio prazo, que seria a equiparação com as 20h de jornada diária.
A categoria pediu melhorias na estrutura das escolas, como a abertura de concurso público para regularizar os contratados administrativos. “Os professores sofrem pressão por serem obrigados a cumprir trabalhos burocráticos, o que atrapalha o andamento pedagógico”, ressaltou.
Um aluno de 17 anos, diz que faltam livros no curso técnico. Segundo ele, o material, que deveria ter chegado no início do ano, não tem previsão de ser entregue pelo Estado. “O estudo em sala de aula fica comprometido porque tudo depende do que o professor tem de material disponível”, reclama.
O professor Marcos de Lima Silva, diz que a categoria também não concorda com a política adotada para eleger diretores. “Para ser diretor é preciso fazer um curso oferecido pelo Estado. Porém esta formação é dada para apenas uma pessoa de cada escola. É praticamente direcionada a vaga do diretor”, denuncia.
Ele também reclama sobre os prêmios do governo do Estado oferecidos para alunos que se destacam. “Isto é discriminação. Todos sabem que enquanto existem alunos com melhores condições financeiras, que dispõem de internet e outros recursos de pesquisa em casa, existem outros que contam com a merenda da escola para se alimentar, de tanta escassez. O prêmio deveria ser para o coletivo, como melhorias nas salas de aula”, destacou.
PREFEITURA
O secretário de Educação de Dourados Walteir Betoni, disse ao O PROGRESSO que o prefeito de Dourados, Murilo Zauith, está ouvindo todas as reivindicações da categoria. “A prefeitura não pode comprometer a capacidade da folha de pagamento devido a Lei de Responsabilidade Fiscal”, alerta.
Sobre a falta de professores nas aldeias Betoni diz que existe uma escassez de professores indígenas, mas que a demanda vem aos poucos sendo suprida. Em relação a falta de materiais escolares ele diz que na próxima semana encerra os trabalhos de licitação, o que permitirá a reposição dos estoques.