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Professores saem às ruas em protesto

11 Mai 2011 - 22h07
Professores protestaram ontem pela manhã na área central de Dourados - Crédito: Foto: Cido CostaProfessores protestaram ontem pela manhã na área central de Dourados - Crédito: Foto: Cido Costa
DOURADOS - Mais de 100 professores fecharam as salas de aula e saíram às ruas em protesto por melhorias na Educação. A paralisação, que ocorreu a nível nacional, também revelou problemas locais. Em Dourados, a categoria reivindica há anos a alteração no Plano de Cargos e Carreiras, além da equiparação salarial com o que é pago pelo Governo do Estado. De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Dourados (Simted), José Carlos Brumatti, os professores da rede municipal recebem 31% a menos do que é pago para servidores estaduais.

Segundo ele, outra problemática está na falta de estrutura dos Centros de Educação Infantis (Ceims), além do aumento nos repasses para a educação. O problema que é visível na zona urbana é mais grave nas aldeias indígenas. De acordo com Brumatti, faltam materiais de limpeza e professores.
Professores da rede estadual de ensino também cobraram melhorias. Uma delas é a agilidade na reformulação do Estatuto da Educação. Eles também lutam por reajuste de 35% para a médio prazo, que seria a equiparação com as 20h de jornada diária.

A categoria pediu melhorias na estrutura das escolas, como a abertura de concurso público para regularizar os contratados administrativos. “Os professores sofrem pressão por serem obrigados a cumprir trabalhos burocráticos, o que atrapalha o andamento pedagógico”, ressaltou.
Um aluno de 17 anos, diz que faltam livros no curso técnico. Segundo ele, o material, que deveria ter chegado no início do ano, não tem previsão de ser entregue pelo Estado. “O estudo em sala de aula fica comprometido porque tudo depende do que o professor tem de material disponível”, reclama.

O professor Marcos de Lima Silva, diz que a categoria também não concorda com a política adotada para eleger diretores. “Para ser diretor é preciso fazer um curso oferecido pelo Estado. Porém esta formação é dada para apenas uma pessoa de cada escola. É praticamente direcionada a vaga do diretor”, denuncia.

Ele também reclama sobre os prêmios do governo do Estado oferecidos para alunos que se destacam. “Isto é discriminação. Todos sabem que enquanto existem alunos com melhores condições financeiras, que dispõem de internet e outros recursos de pesquisa em casa, existem outros que contam com a merenda da escola para se alimentar, de tanta escassez. O prêmio deveria ser para o coletivo, como melhorias nas salas de aula”, destacou.

PREFEITURA

O secretário de Educação de Dourados Walteir Betoni, disse ao O PROGRESSO que o prefeito de Dourados, Murilo Zauith, está ouvindo todas as reivindicações da categoria. “A prefeitura não pode comprometer a capacidade da folha de pagamento devido a Lei de Responsabilidade Fiscal”, alerta.


Sobre a falta de professores nas aldeias Betoni diz que existe uma escassez de professores indígenas, mas que a demanda vem aos poucos sendo suprida. Em relação a falta de materiais escolares ele diz que na próxima semana encerra os trabalhos de licitação, o que permitirá a reposição dos estoques.

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