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Poços na aldeia terão vazão de 20.5 mil litros de água por hora

04 Ago 2016 - 18h08
Com os novos poços, a comunidade totaliza oito reservatórios. Foto: Cleizer Correia - Com os novos poços, a comunidade totaliza oito reservatórios. Foto: Cleizer Correia -
Poços que estão sendo construídos nas aldeias de Dourados terão vazão de 20,5 mil litros d´água por hora, cada um, e prometem amenizar o sofrimento de 14 mil indígenas que há anos sofrem com o desabastecimento. De acordo com o capitão da aldeia Jaguapiru, Silvio de Leão, o poço da Bororó já foi perfurado, enquanto o da Jaguapiru teve as obras iniciadas ontem. Ele destacou ainda que depois de prontos, eles poderão abastecer toda a reserva, resolvendo o problema do desabastecimento. "Nós estamos sofrendo muito aqui e nossa esperança são esses novos poços", comentou.

No último dia 30, maquinários da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) chegaram na reserva para fazer a perfuração de dois novos poços. Concluída esta etapa, a comunidade indígena já poderá utilizar a água. Depois dessa fase a Funasa fará ainda a ligação na rede adutora, que vai para o reservatório para que a água seja distribuída e chegue às torneiras das residências. Esta etapa está prevista para ser concluída em 90 dias, mas até lá, a comunidade poderá utilizar os novos poços para abastecer as casas.

De acordo com o indígena Fernando de Souza, com os novos poços, a comunidade totaliza oito reservatórios, alguns com mais e outros com menos vazão. Paralelo a isto, a Sanesul também tenta "salvar" um dos reservatórios que apresentou problemas de falta de manutenção, o que deve melhorar ainda mais a distribuição da água nas aldeias de Dourados.

Conforme mostrou O PROGRESSO, atendendo solicitações do deputado federal Geraldo Resende (PSDB), a Funasa e Sesai assinaram no último dia 23, um termo de cooperação técnica para a perfuração dos novos poços na Reserva Indígena de Dourados. A assinatura aconteceu na Câmara de Vereadores e contou com a presença de lideranças indígenas. Para o parlamentar a medida vai amenizar o problema, mas é preciso resolver de vez este desabastecimento com outras ações que garantam água na reserva. Os novos poços terão uma profundidade de 112 metros e serão perfurados.

A falta de água na Reserva provocou uma série de transtornos. O primeiro deles é que as escolas estavam dispensando os alunos mais cedo. O segundo, são os postos de saúde superlotados com crianças apresentando problemas de saúde devido a falta de água. Recentemente o indígena Levanir Machado, coordenador de Esportes da Associação Indígena Douradense (Assind), disse que as escolas não têm como fazer a limpeza, nem fornecer água para as crianças beber e lavar as mãos. "Eles estão saindo por volta das 9h pela manhã porque passam cede na escola, já que todas as torneiras estão secas", destaca.
Nos postos de saúde, a falta de água também influencia. "As crianças acabam tomando água de poços contaminados. Em nossa Reserva não há rede de esgoto, que muitas vezes fica a céu aberto e próximo dos poços. Há aumento significativo no número de crianças doentes", destacou.

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