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Editorial

Pagamento em dia

04 Dez 2021 - 07h00
Pagamento em dia -

Ninguém trabalha por amor. Por mais profissional que a pessoa seja, ela depende e necessita de salário (dinheiro). Conta de água, de luz, cartão de crédito não se paga com beijos e abraços. Ser grato pelo trabalho é imprescindível, mas o trabalhador que oferece os seus serviços precisa de remuneração. E em dia.

A Fundação da Saúde (Funsaud), responsável pela administração do Hospital da Vida e da UPA em Dourados, tem demostrado o contrário aos funcionários, principalmente aos médicos, com salários atrasados há três meses. O problema é antigo e desta vez mobilizou profissionais a irem para frente do Hospital da Vida fazer protesto.

Os atos, até então, vinham sendo realizados pelos profissionais da enfermagem. Desta vez, médicos decidiram reivindicar e apareceram para protestar. Ato inédito. Se não bastasse os inúmeros problemas no setor, principalmente devido à falta de materiais de trabalho, a maioria básico, como gaze, esparadrapo, medicamentos, macas para acomodar os pacientes, ronda a saúde a falta de pagamento dos profissionais.

Ninguém merece trabalhar um mês sem salário, quem dera três, como os médicos. Sempre quando há protesto, os salários são normalizados, mas por pouco tempo, até atrasar novamente. Essa novela é antiga e conhecida. Por conta disso, muitos profissionais nem querem passar na frente do Hospital da Vida e da UPA, imagina trabalhar. Eles têm razão. 

Precisou o Ministério Público do Trabalho interferir para que os funcionários da Funsaud (enfermagem) recebessem férias atrasadas há três anos. Mas não é só isso. Os problemas são tantos, que é difícil de acreditar como uma entidade continua exercendo um serviço que pouco consegue. Subordinada à prefeitura de Dourados, a Funsaud vive crise financeira praticamente desde a sua criação, em 2014.

Em gestões anteriores já foi questionado que o repasse dos agentes públicos à Funsaud é insuficiente. A fundação recebe verba da prefeitura, do governo do estado e do governo federal para prestar atendimento pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Auditorias já foram feitas, audiências públicas também, mas nada de propor uma solução ao impasse.

Enquanto isso, quem sofre é a população. Como sempre a corda arrebenta para lado mais fraco e quem tá na ponta é a massa, maioria da povo. Passou da hora de uma solução ser tomada. Mas é preciso firmeza, atitude, vontade política. Dourados merece mais.

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