
Grande Dourados
A Embrapa Agropecuária Oeste possui duas estações meteorológicas na Região da Grande Dourados: uma em Dourados e outra em Rio Brilhante. Nos dados das estações, a média dos 11 dias deste mês de abril é de 28,2ºC. "Estamos bem acima da média de temperatura para o mês de abril, que é de 23,1ºC para a região. Mas ainda faltam 19 dias para fechar o mês", pondera Carlos Ricardo Fietz, pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste.
Associado ao calor, faz 16 dias que não chove na região - de 26 de março a 11 de abril. "Só houve um ano sem chuva em abril na região da Grande Dourados, que foi em 2009. A média mensal para abril é de 115mm. Mas é bom lembrar que o mês de abril ainda não terminou e, de acordo com a previsão do tempo do Ceptec/Inpe, está prevista chuva para o meio da semana. Vamos esperar", diz Fietz.
Já a sensação térmica desse período de onda de calor é de muita atenção, ficando entre 32,1 ºC e 41 ºC, com base no critério da National Weather Service Office dos Estados Unidos (NOAA’s).
Milho safrinha
Nesta última safra da soja, 2015/16, a estiagem em outubro atrasou o plantio da soja e a chuva no período de desenvolvimento e da colheita da oleaginosa foi em excesso. Consequentemente, houve atraso no plantio do milho de outono-inverno.
O milho tolera variação de temperatura de 10ºC a 30ºC. No período de desenvolvimento do milho, da emergência à floração, o cereal precisa de temperaturas entre 24 ºC e 30ºC. Temperaturas elevadas, como têm sido registradas em Mato Grosso do Sul, especialmente nas áreas produtoras do cereal, diminuem o ciclo da planta e prejudicam a produção des grãos.
O milho é uma planta que exige bastante água. Segundos informações da Embrapa Milho e Sorgo, durante seu ciclo completo, a cultura consome cerca de 600 mm de água. Em regiões quentes e secas, chega a consumir até, no máximo, 2,5 mm/dia em seu período de crescimento. No período que vai da formação de espigas até a maturação dos grãos, o milho exige entre 5 a 10mm/dia.
"Nas condições atuais de temperatura e chuva, o milho já está sentindo a ausência de chuva e o excesso de calor. Ainda não está grave, porque choveu bastante em março. E no outono a evapotranspiração [evaporação do solo e transpiração da planta] não é tão intensa como em janeiro", explica o pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste.