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Calvário

Obras do IML param e famílias sofrem para sepultar parentes

08 Abr 2016 - 16h11
IML de Dourados. Foto: Hédio Fazan - IML de Dourados. Foto: Hédio Fazan -
A ativação do Instituto Médico Legal (IML) de Dourados volta a estaca zero. É que as obras de readequação do prédio foram paralisadas em fevereiro deste ano. A ampliação do espaço é a condição para o local cumprir exigências obrigatórias da Vigilância Sanitária para a liberação do alvará de funcionamento. Sem as licenças, o serviço não pode ser ativado.

De acordo com informações apuradas pelo O PROGRESSO, faltam 40% das obras. O valor estimado seria de R$ 22 mil; verba que teria que ser liberada pelo Estado. Enquanto isso, famílias sofrem verdadeiro "calvário" para liberar corpos na funerária, já que demora muitas horas.

Além disso, os corpos que não são identificados estão sendo enterrados como indigentes em Dourados. As funerárias chegam apressar o enterro de alguns cadáveres, mesmo sem a identificação, por não terem condições de abrigá-los. As empresas não dispõem de câmara fria, que conservaria o corpo evitando o mau cheiro.

Por outro lado, Dourados conta com um moderno IML equipado e com os mais variados tipos de serviço, que nunca funcionou. O problema, até então era a falta de duas licenças: uma ambiental e outra da Vigilância Sanitária que cobram a implantação de um filtro e muro, que estão sendo implantados no local para viabilizar os documentos.

Enquanto o IML permanece fechado, todos os serviços de perícia, seja para a apuração de crimes ou acidentes, são feitos dentro de funerárias, o que poderia comprometer a qualidade e segurança nos laudos. Outro problema é que, sem o serviço de transporte, os corpos são levados pelas empresas até os necrotérios destas e removidos por funcionários e não servidores da perícia devidamente qualificados.

As empresas acabam prestando um favor para o Estado cedendo espaços e transporte porque, caso contrário, nenhuma perícia seria realizada no município por falta de um local adequado. Conforme ele, hoje quando uma pessoa morre vítima de homicídio ou acidente e que precisa da atuação da perícia, uma das funerárias que recolheram e transportaram o corpo acionam o profissional que está de plantão. Os peritos saem do Núcleo de Perícia com seus veículos próprios e se deslocam para o local do crime e posteriormente para a funerária, onde todo o serviço, equipamentos e auxílio ocorre de forma improvisada.

Outro lado

A assessoria da Secretaria de Segurança Pública do Estado informou falhas na execução da obra. "O profissional contratado para fazer as obras de readequação do Instituto Médico Legal de Dourados, não cumpriu o prazo estipulado, foi notificado e a Sejusp já suspendeu o contrato. Uma nova empresa foi contratada e entregou nesta segunda-feira um orçamento para a conclusão das obras, que devem ser reiniciadas nos próximos dias", explica a nota.



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