
Ontem pela manhã, cerca de 70 integrantes do MSTB, movimento presente apenas no Estado, ocuparam a sede do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Dourados, para cobrar agilidade no processo demarcatório. "A justiça, quando quer, é rápida. O Lula assumiu a Casa Civil e, no mesmo dia, tiraram ele. Queremos essa mesma agilidade com nosso povo, que sofre na beira das estradas", reclama Antônio Silva da Cruz, um dos coordenadores do MSTB.
Ele esteve reunido com a chefia do Incra em Dourados, onde apresentou uma lista de reivindicações. "Como aqui em Dourados não se resolvem essas questões de terras, a equipe do Incra da cidade ficou de enviar nossa pauta para a superintendência em Campo Grande. Agora, vamos aguardar uma resposta, porém ficaremos acampados em Dourados até sermos respondidos", afirma.
Ontem, não havia nenhuma barraca montada em frente ao Incra, mas o movimento garante que, nesta semana, serão montadas tendas. "Vamos fazer uma vigília no Incra. Queremos ver se a justiça será rápida com a gente, porque até agora só ouvimos resposta de que faltam recursos para reforma agrária", complementa o coordenador do MSTB.
Escolha
Das seis fazendas indicadas pelo MSTB para reforma agrária duas são de Bumlai. Em Dourados, segundo eles, a propriedade é a São Marcos, localizada nas imediações onde o pecuarista tem uma usina sucroalcooleira. A segunda é a Santa Inês, em Rio Brilhante. As propriedades entraram para a lista do MSTB em razão de Bumlai estar envolvido na Lava Jato, operação da Polícia Federal que levou para trás das grades empresários e políticos, acusados de participar de esquema de corrupção na Petrobrás.
"Se Bumlai está preso e envolvido em esquemas de corrupção, nada mais justo que o governo federal confisque essas fazendas, que podem ter sidas adquiridas com dinheiro público e reverta para demarcação de terras", disse o coordenador do MSTB, Antônio Silva da Cruz. As outras quatro fazendas, segundo ele, parte delas são consideradas improdutivas. O MSTB está presente em várias cidades sul-mato-grossenses e o movimento tem cerca de 2,8 mil famílias acampadas no Estado.