
No final da manhã de ontem um grupo de aproximadamente 50 pessoas interditou uma das pistas da Avenida Marcelino Pires. Com faixas e carro de som, eles permaneceram no local por pouco mais de uma hora. O manifesto foi agendado depois da confirmação de Lula como ministro da Casa Civil, nomeação que chegou a ser feita ontem mesmo pela presidente Dilma, mas suspensa horas depois pelo juiz federal Itagiba Catta Preta Neto, do Judiciário Federal do Distrito Federal.
"A nomeação de Lula, para dar a ele foro privilegiado, é uma prova que o atual governo não respeita a população. Já temos muita sujeira na política e não podemos mais permitir essas coisas", disse o empresário Racib Panage Harb, um dos organizadores do "Acorda Dourados".
"Amanhã [hoje] vamos manifestar, pela manhã, em frente ao MPF de Dourados e os próximos manifestos, que vão acontecer diariamente, serão agendados em frente a instituições diferentes e também na rua", reiterou.
Fábio Luiz da Silva, do movimento "Vem prá rua Dourados" diz que o ato não defende bandeira política. "Somos contra corrupção e a hora de irmos às ruas e pedir mudança é agora. Não podemos ficar assistindo tudo e ficar calado, temos que mostrar a nossa força, a nossa indignação contra a roubalheira", reclamou.
Capital
Em Campo Grande a reação da população ocorreu horas depois da confirmação de Lula como ministro. Por volta das 19h de anteontem os manifestantes se dirigiram para a sede do MPF, na Avenida Afonso Pena, e permaneceram no local até às 22h30, quando o público começou a dispersar. Movimentos também prometem realizar atos diariamente na cidade, contra o governo do PT e contra a corrupção.
Hoje, por exemplo, haverá um manifesto denominado em "favor da democracia" e "contra o golpe", liderado por grupos oposicionistas àqueles que protestam desde a semana passada. O grupo, que não se denomina como apoiadores ao PT, vai se reunir às 18h na Avenida Eduardo Elias Zahran, na frente da TV Morena, afiliada da Rede Globo.