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Lixões ilegais afloram em Dourados

14 Mar 2011 - 18h26
Lixão na MS 156 é risco de proliferação do mosquito da dengue, o Aedes aegypti - Crédito: Foto: Hédio Fazan /PROGRESSOLixão na MS 156 é risco de proliferação do mosquito da dengue, o Aedes aegypti - Crédito: Foto: Hédio Fazan /PROGRESSO
Valéria Araújo

DOURADOS - Espalhados por toda a cidade, os focos de lixões clandestinos afloram do dia para a noite. Eles estão às margens das rodovias, em terrenos baldios ou em ruas, geralmente sem asfalto. Produtos que, poderiam ser reciclados ou ter destino adequado.

Além de demorar milhares de anos para se decompor, causam mau cheiro e acumulam água, propiciando a proliferação do mosquito da dengue. A MS 156 é exemplo de falta de conscientização ambiental. Os lixões clandestinos se alastram pelo trecho. O PROGRESSO flagrou centenas de caixas de isopor que foram “desovadas” de forma irregular.

Os produtos ficam expostos às chuvas e acumulam água. Outros materiais, como galões, canos, eletrônicos, garrafas, entulhos, restos de construção, gesso, resíduos de oficina e animais mortos, também foram encontrados. A cada dia eles avançam em direção ao meio da rodovia e a área urbana do município.

O lixo é tanto que famílias sem teto que vivem no local sobrevivem dos resíduos recolhidos na rodovia. Eles comercializam os recicláveis, que deveriam ter destino adequado, o que não acontece. A poucos quilômetros do local está o aterro sanitário, que recolhe todo o tipo de lixo, com exceção dos entulhos. O morador com este tipo de material é obrigado a contratar empresas com aterros particulares.

Segundo informações, em relação aos outros tipos de material, tudo é recolhido, o que não justifica o descarte irregular. Ao todo, o aterro recebe por mês mais de 5 mil toneladas de lixo. Metade disto poderia ser reciclado.

Em recente entrevista ao O PROGRESSO, o promotor de Justiça do Meio Ambiente, Paulo Cezar Zeni, disse que os ecopontos - solicitação feita pelo Ministério Público – são promessas que não sairam do papel. Há mais de dois anos o MP vem cobrando uma iniciativa da administração municipal para resolver o problema, mas sem sucesso.

Zeni explica que estes locais servem para o depósito legal de produtos recolhidos por carroceiros. Separados, estes resíduos são recolhidos pela prefeitura e destinados para a reciclagem. “Até agora, o que nos chegou de informação foi que dos quatro Ecopontos prometidos, um deles estaria licenciado, mas sem funcionamento”, destaca.

Enquanto isso, sem opções, carroceiros clandestinos da cidade depositam tudo o que recolhem em áreas ambientais ou às margens das rodovias, modificando a paisagem destas áreas. A ação incentiva as queimadas, outra atividade irregular, que além de danos ao Meio Ambiente, incomoda moradores próximos com a fumaça.

Último levantamento divulgado pelo Instituto do Meio Ambiente, mostra que até 2009, Dourados tinha 30 grandes pontos de lixão.

A atual secretária de Meio Ambiente, Valdenise Carbonari, foi procurada pelo O PROGRESSO há duas semanas para falar no assunto. Ela informou que iria discutir o assunto com o prefeito de Dourados Murilo Zauith primeiramente e depois retornaria a ligação, o que não aconteceu até o momento.

De acordo com o código ambiental de Dourados, lei 055, de 2002, o depósito irregular de lixo em via pública rende multas que podem chegar até R$ 1 milhão, dependendo da gravidade do caso.

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