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Jornalismo impresso acompanha a história da “Cidade Modelo”

18 Dez 2015 - 11h06
Fundado por Weimar Gonçalves, O PROGRESSO  foi o primeiro jornal a ser impresso em Dourados. - Crédito: Foto: Marcos RibeiroFundado por Weimar Gonçalves, O PROGRESSO foi o primeiro jornal a ser impresso em Dourados. - Crédito: Foto: Marcos Ribeiro
Marli Lange


Além das terras férteis, polo na saúde, educação e agroindústria, Dourados - a Cidade Modelo - tem uma história rica no jornalismo impresso. O primeiro exemplar do “Jandaia” circulou quando Dourados ainda não tinha se tornado município. Foi em 1926 e tinha como principal responsável o pioneiro Arnulpho Fioravante.


O jornal, que era impresso em Campo Grande, teve vida curtíssima. Dizem que encerrou as atividades porque um cidadão que não gostou de um artigo publicado no Jandaia fez ‘pressão’ para que parasse de circular e acabou conseguindo. Por causa disso, a população douradense ficou sem jornal até 1948. Treze anos depois que Dourados torna-se município, surgiu “O Douradense” sob a direção de Armando Carmelo. As páginas do jornal eram impressas na Capital, com isso, a regularidade na distribuição era prejudicada, já que os meios de transportes e das estradas da época eram precárias. O último exemplar do “O Douradense” circulou em 1950.

O PROGRESSO


No ano seguinte, em 21 de abril de 1951, Dia de Tiradentes, mártir da Inconfidência Mineira, circulou a primeiro edição do O PROGRESSO, que vinha para se consolidar em Dourados e, posteriormente, em Mato Grosso do Sul. Circulando até hoje, é o impresso mais antigo do Estado.


Fundado pelo então advogado Weimar Gonçalves, O PROGRESSO foi o primeiro jornal a ser impresso em Dourados, graças à instalação da primeira tipografia na cidade, que era de propriedade de Naurestides Brandão. Inicialmente, o jornal, que era semanário, tinha uma composição feita letra a letra.


O PROGRESSO acompanhou a evolução do mercado editorial e, nos anos seguintes, passou a ‘linotipo’, que era a composição em chumbo, chegando ao ‘nyloprint’ até evoluir para o sistema de impressão em off-set com páginas coloridas. Mais adiante, passou a ser impresso em modernas rotativas, pois já tinha o próprio parque gráfico.


Ao longo desses 65 anos, O PROGRESSO passou por um processo de profissionalização tanto administrativa como operacional, mas manteve a linha editorial formatada pelo fundador Weimar Gonçalves Torres. Ele sempre soube que o matutino atravessaria gerações.


Com a fundação do O PROGRESSO, Weimar Torres realizava o sonho de menino, que era de um dia voltar a imprimir, tipo por tipo. Na realidade, o Jornal O PROGRESSO fora criado em 1920, em Ponta Porã, pelo pai dele, o também advogado José dos Passos Rangel Torres.


O PROGRESSO se consolidou em Dourados e nem mesmo a morte precoce do seu fundador, aos 47 anos, no dia 14 de setembro de 1969, vítima de acidente aéreo num voo entre Dourados e Brasília, onde exercia a função de deputado federal do então Estado de Mato Grosso, interrompeu a trajetória do matutino, que passou a ser administrado pelo sogro, Vlademiro do Amaral, pai de Adiles Torres.


A missão de preservar O PROGRESSO foi levado adiante pela jornalista e advogada ao final de 1982, quando a matriarca assumiu o comando do matutino e, em 1985, passou a assinar como diretora-presidente, função que hoje é conduzida junto com as filhas June Torres e Blanche Torres.

Diários e semanários


Após a fundação do O PROGRESSO, em 1951, sugiram nos anos seguintes vários jornais, alguns semanários e outros diários. Um dos mais antigos, depois do O PROGRESSO, foi a Folha de Dourados, que começou a circular em 8 de março de 1968, sob o comando de Theodorico Luiz Viegas. Hoje, funciona apenas na versão on-line sob o comando do jornalista José Henrique Marques. Nos anos 80, surgiram outros jornais impressos, que hoje não circulam mais, como o “Panorama”, sob o comando de Vanderlei Marino; o “Jornal da Praça”, de João Natalicio, que depois foi transferido para Ponta Porã.


“Diário de Notícias”, que era sob o comando de Júlio Marques de Almeida (in memorian) e semanários, como o “Enfoque” comandado pelos jornalistas Junio Cheze Barros de Araújo (in memorian) e Irma Lupinetti. Outro bastante badalado foi a “Gazeta Popular” do colunista social e jornalista Dorival César Quintana, que faleceu em 2002 e, desde então, jornal também parou de circular.

Recentes


O “Diário MS” teve sua primeira edição em 15 de setembro de 1993, com o nome de Diário do Povo, resultado da fusão de três semanários, Panfleto, Jornal do Vale e Zangão, sob o comando de Paulo Falcão e Vitoriano Carbonera Cales. Em 13 de dezembro de 2000, por causa de uma “marca” homônima em Campinas (SP), é veiculado pela primeira vez ao público o “Diário MS”. Em 20 de dezembro de 2000, foram inauguradas as instalações e parque gráfico em novo endereço. Em 2008, o jornal passa a produzir sob nova direção de Sandro Ricardo Barbara e Alfredo Barbara Neto que permaneceu à frente do Diário MS.


Os semanários mais recentes são o “Jornal Preliminar”, na versão impressa e online, sob o comando do radialista e jornalista Jonas Alves da Silva Júnior, bem como o “Vigilante”, comandado pelo jornalista Emerson Gamarra.

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