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Índios são atendidos em meio a mofo e infiltrações nos postos

28 Mar 2016 - 18h41
Índios são atendidos em meio a mofo e infiltrações nos postos  -
Postos de Saúde da Reserva Indígena de Dourados continuam atendendo de forma precária. Tanto na Jaguapiru como na Bororó, a comunidade indígena é atendida em meio a salas tomadas de mofo e com paredes danificadas devido as graves infiltrações. Em janeiro deste ano, O PROGRESSO mostrou que em 3 dos postos de Saúde houve uma reforma há cerca de 2 anos, porém a comunidade questiona a qualidade das obras realizadas pela Prefeitura de Dourados. Em um deles a Vigilância Sanitária já interditou 3 vezes. De lá para cá nada mudou.

Membro do Conselho de Saúde Indígena Fernando de Souza, diz que a situação dos postos de saúde é lamentável e diz que vem cobrando soluções. Segundo ele, um total de R$ 1,8 milhão foi destinado pela União para o município realizar as obras de reformas, porém elas não saíram como o esperado e no caso de uma das unidades nem finalizou a obra ainda. "Há muitas infiltrações nas paredes que não foram corrigidas e isto vem acabando com a estrutura das unidades", destaca.

Segundo ele, uma reunião está marcada para esta terça-feira (29) com membros da Sesai para tratar do assunto. "Em recente reunião fomos informados de que a Sesai em Brasília não havia autorizado recursos para melhorar a estrutura nos postos e nem a compra de novos veículos, já que as viaturas estão sucateadas", destaca.

Em uma das unidades, que fica ao lado da Escola Tengatuí Marangatu, a situação é ainda mais precária. Uma obra de ampliação está totalmente paralisada e segundo as lideranças locais ela foi feita de forma irregular, sem atender as necessidades que a estrutura necessitava. "Construíram três salas aqui totalmente inutilizáveis. Todas elas são pequenas demais para a função na qual se destinariam. Não dá para ser recepção, nem farmácia, nem sala de atendimento", conta um servidor.

A iluminação pública também é precária e os servidores são obrigados a fazer "vaquinha" quando alguma lâmpada estraga. Os medicamentos também não dão para 30 dias e há materiais e equipamentos danificados há anos. O lixo doméstico acumulado no posto de saúde por falta de coleta, também é um grande problema. Há relatos de ratos e baratas no local. A situação acaba interditando um dos banheiros que poderiam estar sendo usados pelos pacientes.



Prefeitura

Em nota, a Prefeitura de Dourados disse que As obras de reforma e ampliação das unidades básicas de saúde Bororó I, Bororó II, Jaguapiru I e Panambizinho foram concluídas e entregues. Quanto à obra na unidade Jaguapiru II, foi necessária a rescisão do contrato com a empresa que executaria o trabalho e um novo processo licitatório foi aberto. Esse processo está em fase final de e assim que for fechado o contrato com a nova empresa que executará o serviço, a obra será iniciada.

"Vale ressaltar que o município é responsável apenas pela execução das obras de reforma e ampliação acordadas. A manutenção dos prédios, mobiliários e equipamentos das unidades instaladas nas aldeias são de inteira responsabilidade da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) do Governo Federal". O Dourados Agora tentou contato com a Sesai, mas não obteve resposta acerca dos questionamentos.

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