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Indígenas ocupam área em bairro de Dourados

23 Fev 2016 - 06h00
Policiais militares estiveram na área e orientaram indígenas a permanecer no local de forma pacífica. - Crédito: Foto: Cido CostaPoliciais militares estiveram na área e orientaram indígenas a permanecer no local de forma pacífica. - Crédito: Foto: Cido Costa
Grupo de indígenas ocupa uma área no bairro Monte Carlo, em Dourados, que faz divisa com a Perimetral Norte e aldeia Bororó. Eles começaram a entrar no local no final de semana, de forma tímida, e até o final da tarde de ontem pelo menos 15 barracos de lona estavam erguidos.


Capitão na aldeia Bororó, Gaudêncio Benites diz que os indígenas instalados na área residem em uma espécie de acampamento na própria aldeia, próximo a Perimetral. “Alguns deles são de Dourados e outros de aldeias vizinhas. Não sabemos ao certo o motivo que levou o grupo a ocupar a área”, disse a liderança. O local ocupado pertence a uma imobiliária e está prestes a ser loteado.


Na manhã de ontem a Polícia Militar foi acionada por indígenas e por moradores do Monte Carlo. “Havia denúncia de ambas as partes de ameaça e vamos acompanhar o caso de perto”, disse o tenente-coronel. “Por se tratar de uma área particular nada podemos fazer”, reiterou o comandante, que apenas orientou os indígenas a evitar qualquer tipo de confronto.


Técnicos da Funai (Fundação Nacional do Índio) estiveram no local e confirmaram que a ocupação é feita por indígenas. O coordenador regional do órgão em Dourados, Vander Aparecido Nishijima, também não soube explicar os motivos da ocupação.

Ampliação de área


Esta é a primeira vez que indígenas ocupam área em bairro de Dourados. Desde o ano passado a comunidade das aldeias Jaguapiru e Bororó promove atos em prol à demarcação de terras, porém as ações se concentram em fechamento da MS 156, como forma de chamar a atenção do governo. Como a ocupação no Monte Carlo é de um pequeno grupo, o ato não representa decisão das comunidades, já que as lideranças não têm conhecimento da ocupação.


Somente em Dourados há quatro áreas em processo de demarcação. Duas delas nas imediações da BR 463, acesso a Ponta Porã, uma terceira na região do distrito de Panambi e a outra nas proximidades da Mudas MS, no perímetro urbano da cidade.


Silvio de Leão, também liderança indígena, disse recentemente ao O PROGRESSO que os Guarani Caiuá aguardam com urgência a demarcação e que a própria comunidade indígena tem um projeto de ampliação da Reserva de Dourados, que hoje é habitada por pouco mais de 13 mil pessoas e que vivem em uma área de 3,5 mil hectares. O projeto, segundo ele, é ampliar as terras em mais mil hectares, terras vizinhas à reserva e que podem ser adquiridas pelo governo federal.


O coordenador da Funai desconhece projeto de ampliação de terras e diz que qualquer projeto, tanto de estudo de demarcação ou de interesse de compras de terras, caso existisse, seria publicado no Diário Oficial da União, por se tratar de ato público.

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