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Saúde

Hospital do Câncer volta a suspender quimioterapia

08 Abr 2016 - 06h00
Hospital do Câncer  suspende quimioterapia, mas mantém radioterapia e consultas médicas. - Crédito: Foto: Hedio FazanHospital do Câncer suspende quimioterapia, mas mantém radioterapia e consultas médicas. - Crédito: Foto: Hedio Fazan
O Centro de Tratamento de Câncer em Dourados (CTC), conhecido como ‘Hospital do Câncer’, voltou a suspender atendimento de quimioterapia. Desde quarta-feira, pacientes em busca de tratamento estão sendo dispensados; até ontem 38 deles não passaram pelo procedimento. Somente pacientes da radioterapia e que necessitam de eventual consulta médica estão sendo recebidos.


A queda de braço por recursos chega a quase cinco anos, mas se intensificou nos últimos dois. De um lado, o CTC alega atraso em repasses de dinheiro feito pelo Hospital Evangélico, unidade que detém do Ministério da Saúde a prestação de serviço na área de oncologia no município. É o hospital que recebe os recursos do governo federal e depois encaminha ao setor da oncologia, localizado no próprio hospital, mas numa ala separada e administrado pela empresa CTC.


A administração da Oncologia informou ao O PROGRESSO que contava com R$ 460 mil em recurso do mês de março para adquirir novos medicamentos para serem usados por pacientes na quimioterapia, como isso não aconteceu, o estoque de remédios está baixo e deve acabar até segunda-feira.


Um aviso de suspensão de agendamento de quimioterapia foi fixado na porta do CTC. Pacientes já estão avisados e o impasse sobre o atraso de recursos, segundo a empresa administradora do setor de oncologia, foi comunicado ao Ministério Público. Por meio de sua assessoria, o Hospital Evangélico informou que deverá "quitar a dívida até segunda-feira e o atraso ocorreu em razão da crise nacional que atinge inclusive o setor da saúde".

Terceirização


O atendimento pelo SUS em oncologia em Dourados é terceirizado pela administração municipal, assim como atendimentos nas áreas de nefrologia (rins) e cardiologia (coração), onde os hospitais públicos do município não oferecem esse serviço e a prefeitura recorre ao Evangélico que contrata empresas para oferecer os serviços.


Por conta de atrasos de repasses do SUS às empresas prestadoras de serviço, o Ministério Público Estadual recomendou em 1º de abril, ao Departamento Nacional de Auditoria do SUS, um acompanhamento da aplicação de recursos, em forma de auditoria, junto à Associação Beneficente Douradense, mantenedora do Hospital Evangélico.


A auditoria, a ser implantada em 60 dias, deverá verificar a aplicação dos recursos recebidos do Evangélico pelo governo federal nos setores de oncologia, cardiologia e nefrologia, com base nos serviços prestados entre os anos de 2013 a 2016.


O promotor Eteocles Brito Mendonça é o autor da ação que pede auditoria no Evangélico.


Ele ainda recomenda que a Secretaria Municipal de Saúde de Dourados faça um chamamento público, em 45 dias, para contratação de empresas interessadas em oferecer serviço de oncologia no município.

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