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Saúde Pública

Hospital da Vida está na ‘UTI’ por falta de recursos

30 Jun 2016 - 06h00
Saúde de Dourados não tem como assumir 32 municípios e uma população estimada em 802.417. - Crédito: Foto: Hédio FazanSaúde de Dourados não tem como assumir 32 municípios e uma população estimada em 802.417. - Crédito: Foto: Hédio Fazan
O Hospital da Vida administrado pela Fundação Municipal de Saúde (Funsaud) está na "UTI" e pede socorro ao Governo do Estado que, por não investir recursos suficientes, obriga a prefeitura a desistir da gestão plena. Isso ocorre porque, tanto o estado como o governo federal não participam como deveriam no bojo da saúde pública e o maior ônus fica com Dourados, que se responsabiliza por mais 32 municípios da região.


A situação anunciada pelo Hospital Universitário (HU), de fechamento de alguns serviços e demissão de médicos, reforça a posição tomada pela Prefeitura de Dourados de renunciar à gestão plena e solicitar a pactuação de desabilitação do município junto ao Ministério da Saúde.


O mesmo problema acontece com o Hospital Evangélico (HE). De acordo com o secretário municipal de saúde, Sebastião Nogueira, isso reflete no Hospital da Vida (HV) e Unidade de Pronto Atendimento. "A UPA só recebe 50 % de seu custo mensal do Governo Federal, lembrando que esse custo é de R$ 1,4 milhão. No HV a demanda aumenta diariamente, mas o repasse de recurso está sem reajuste há dois anos", afirma.


Sebastião lembra que essa situação vem se arrastando há anos e agora chegou ao máximo de seu limite. Segundo ele, quanto ao Estado, na atual gestão pode se dizer que tem participado, porém, está aquém da realidade atual. Nos próximos dias, Dourados estará recebendo mais 10 leitos de UTI para o Hospital da Vida mas, segundo o secretário, é uma ajuda tímida que não atende às necessidades.


Sebastião diz que essa reivindicação de recurso é um "grito de alerta" para o que pode acontecer na saúde de Dourados. Ele afirma que, se esses recursos não chegarem, o Estado terá que assumir o atendimento. "Dourados não tem como assumir esse custo, são 32 municípios e uma população estimada em 802.417 habitantes".


Um documento solicitando a desabilitação do município já foi encaminhado à Comissão Intergestores Bipartite da Macrorregião Grande Dourados, mas de acordo com o secretário Sebastião Nogueira o município não quer chegar a esse ponto, porém a necessidade vai acabar levando a essa condição. Ele explica nenhum paciente de fora está sem atendimento ou foi encaminhado para a Capital, mesmo porque Dourados ainda não foi desabilitado, como solicitado. Quanto a informações de que Campo Grande já estaria sofrendo consequências por conta disso, Sebastião esclarece que a notícia não procede porque o atendimento não foi suspenso em Dourados. Uma carta encaminhada à Comissão Intergestores Bipartite, no dia 14 de junho de 2016, pede o descredenciamento de Dourados da condição de gestão plena da saúde e, assim, deixaria de ser responsável pelos tratamentos de média e alta complexidade. Também propõe que o município fique somente com a saúde básica. Uma das principais considerações da carta é a de que o município hoje é responsável pela saúde de mais de 800 pessoas. "(...) o município de Dourados é responsável por atender a população própria e a referenciada de 32 municípios do Conesul do Estado (Macrorregião), bem como é habilitado em gestão plena do SUS e signatário no Termo de Compromisso de Acesso ao SUS, desta forma a garantir o acesso universal, igualitário e integral ao SUS a uma população estimada em 802.417 (oitocentos e dois mil, quatrocentos e dezessete) habitantes".

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