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Editorial

Guerra Urbana

05 Jan 2016 - 11h12
Guerra Urbana -
O Brasil está diante de uma verdadeira “guerra urbana” contra um inimigo minúsculo chamado Aedes aegypti. O Instituto Oswaldo Cruz o define como um mosquito com hábitos oportunistas. Por ser um mosquito doméstico, que vive dentro ou ao redor de domicílios ou de outros locais frequentados por pessoas, como estabelecimentos comerciais, escolas ou igrejas, por exemplo. Tem hábitos preferencialmente diurnos e alimenta-se de sangue humano, sobretudo ao amanhecer e ao entardecer. Mas também pode picar à noite. É oportunista porque não deixa a oportunidade passar.


Por ser um mosquito que vive próximo ao homem, sua presença é mais comum em áreas urbanas e a infestação é mais intensa em regiões com alta densidade populacional, principalmente, em espaços urbanos com ocupação desordenada, onde as fêmeas têm mais oportunidades para alimentação e dispõem de mais criadouros para desovar. A infestação do mosquito é sempre mais intensa no verão, em função da elevação da temperatura e da intensificação de chuvas, fatores que propiciam a eclosão de ovos do mosquito. A preocupação aumenta ainda mais nesta época onde em muitos lugares não chovia com tanta intensidade há muitos anos.


O alvo nesta guerra é o mosquito aedes, especialmente o mosquito infectado. E é por isso que aquelas pessoas que sabem que tem a doença ou estão em processo de recuperação também são potenciais transmissoras.


Existem métodos para eliminar os focos do mosquito como o fumacê, por exemplo, porém não existe como borrifar as cidades inteiras e portanto o melhor método para evitar esta situação, continua sendo ações preventivas por parte da comunidade. É necessário que as medidas adotadas sejam permanentes, durante todo o ano, a partir de ações preventivas de eliminação de focos do vetor. Como o mosquito tem hábitos domésticos, essa ação depende sobretudo do empenho da população.


Existem pesquisas indicando que os grandes reservatórios, como caixas d’água, galões e tonéis, são os criadouros que mais produzem o aedes aegypti e, portanto, os mais perigosos. Depois vem os pequenos reservatórios, como vasos de plantas, calhas entupidas, garrafas, lixo a céu aberto, bandejas de ar-condicionado, poço de elevador, entre outros que são menores porém em maior numero. O alerta é para que os cuidados com os reservatórios de maior porte sejam redobrados, pois é neles que o mosquito seguramente encontra melhores condições para se desenvolver ovo adulto, mas nunca desviando atenção dos focos de por menor.


Trata-se de uma verdadeira guerra onde o principal soldado é o cidadão e não basta apenas o empenho pessoal, pois é necessário o envolvimento do vizinho da esquerda, vizinho da direita, da esquina, enfim, de toda a coletividade para que os resultados sejam satisfatórios. Também de nada adianta a comunidade se empenhar limpando os seus quintais se os donos de terrenos baldios não cumprirem o dever de cuidar de seus imóveis como deveriam.


Estes proprietários devem ser identificados e notificados pelo poder público, pois trata-se de uma convocação justificada pelo interesse público em nome da saúde pública.


Dentro desta lógica a Prefeitura de Dourados, através da Semsur (Secretaria Municipal de Serviços Urbanos), encaminhou ofício às imobiliárias informando sobre o edital de roçada e solicitando a colaboração no cumprimento da medida. Quando o edital é lançado no Diário Oficial do Município, todos os donos dos terrenos já estão automaticamente notificados de que devem fazer a roçada de suas áreas. Nisso é estabelecido um prazo para que todos limpem os espaços.


Caso o proprietário não cumpra o seu dever a prefeitura faz a limpeza, cobra a taxa pela roçada e ainda aplica uma multa. O dono recebe uma notificação com a guia para o pagamento e caso não o faça, o valor vai ser embutido no IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano). As sanções estão baseadas no que determina a chamada Lei da Roçada, que é municipal.


Todos devem ser convocados e entrar de cabeça nesta “guerra” em favor da vida e contra o mosquito que transmite três temíveis doenças: Dengue, Zika Vírus e Febre Chikungunya. Terreno sujo significa criadouro de mosquitos aedes, animais peçonhentos, ratos e outros. Sem contar que favorecem as queimadas, que prejudicam a saúde humana e o meio ambiente, justifica a prefeitura. É preciso atenção redobrada sempre, pois qualquer vacilo vira epidemia de sérias doenças. A dengue não é brincadeira.

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