Por ser um mosquito que vive próximo ao homem, sua presença é mais comum em áreas urbanas e a infestação é mais intensa em regiões com alta densidade populacional, principalmente, em espaços urbanos com ocupação desordenada, onde as fêmeas têm mais oportunidades para alimentação e dispõem de mais criadouros para desovar. A infestação do mosquito é sempre mais intensa no verão, em função da elevação da temperatura e da intensificação de chuvas, fatores que propiciam a eclosão de ovos do mosquito. A preocupação aumenta ainda mais nesta época onde em muitos lugares não chovia com tanta intensidade há muitos anos.
O alvo nesta guerra é o mosquito aedes, especialmente o mosquito infectado. E é por isso que aquelas pessoas que sabem que tem a doença ou estão em processo de recuperação também são potenciais transmissoras.
Existem métodos para eliminar os focos do mosquito como o fumacê, por exemplo, porém não existe como borrifar as cidades inteiras e portanto o melhor método para evitar esta situação, continua sendo ações preventivas por parte da comunidade. É necessário que as medidas adotadas sejam permanentes, durante todo o ano, a partir de ações preventivas de eliminação de focos do vetor. Como o mosquito tem hábitos domésticos, essa ação depende sobretudo do empenho da população.
Existem pesquisas indicando que os grandes reservatórios, como caixas d’água, galões e tonéis, são os criadouros que mais produzem o aedes aegypti e, portanto, os mais perigosos. Depois vem os pequenos reservatórios, como vasos de plantas, calhas entupidas, garrafas, lixo a céu aberto, bandejas de ar-condicionado, poço de elevador, entre outros que são menores porém em maior numero. O alerta é para que os cuidados com os reservatórios de maior porte sejam redobrados, pois é neles que o mosquito seguramente encontra melhores condições para se desenvolver ovo adulto, mas nunca desviando atenção dos focos de por menor.
Trata-se de uma verdadeira guerra onde o principal soldado é o cidadão e não basta apenas o empenho pessoal, pois é necessário o envolvimento do vizinho da esquerda, vizinho da direita, da esquina, enfim, de toda a coletividade para que os resultados sejam satisfatórios. Também de nada adianta a comunidade se empenhar limpando os seus quintais se os donos de terrenos baldios não cumprirem o dever de cuidar de seus imóveis como deveriam.
Estes proprietários devem ser identificados e notificados pelo poder público, pois trata-se de uma convocação justificada pelo interesse público em nome da saúde pública.
Dentro desta lógica a Prefeitura de Dourados, através da Semsur (Secretaria Municipal de Serviços Urbanos), encaminhou ofício às imobiliárias informando sobre o edital de roçada e solicitando a colaboração no cumprimento da medida. Quando o edital é lançado no Diário Oficial do Município, todos os donos dos terrenos já estão automaticamente notificados de que devem fazer a roçada de suas áreas. Nisso é estabelecido um prazo para que todos limpem os espaços.
Caso o proprietário não cumpra o seu dever a prefeitura faz a limpeza, cobra a taxa pela roçada e ainda aplica uma multa. O dono recebe uma notificação com a guia para o pagamento e caso não o faça, o valor vai ser embutido no IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano). As sanções estão baseadas no que determina a chamada Lei da Roçada, que é municipal.
Todos devem ser convocados e entrar de cabeça nesta “guerra” em favor da vida e contra o mosquito que transmite três temíveis doenças: Dengue, Zika Vírus e Febre Chikungunya. Terreno sujo significa criadouro de mosquitos aedes, animais peçonhentos, ratos e outros. Sem contar que favorecem as queimadas, que prejudicam a saúde humana e o meio ambiente, justifica a prefeitura. É preciso atenção redobrada sempre, pois qualquer vacilo vira epidemia de sérias doenças. A dengue não é brincadeira.