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Manifestação

Greve atinge 70% das escolas e chega às ruas

24 Jun 2016 - 06h00
Professores e técnicos administrativos deflagraram greve na Educação por tempo indeterminado. - Crédito: Foto:  Gracindo Ramos/SimtedProfessores e técnicos administrativos deflagraram greve na Educação por tempo indeterminado. - Crédito: Foto: Gracindo Ramos/Simted
A greve iniciada ontem pelos educadores da rede municipal em Dourados atingiu 70% das escolas e pode ser longa. A paralisação, que começou na semana de aplicação de provas, segue por tempo indeterminado e ganha força a partir de hoje quando atos de manifestação começam a tomar as ruas da cidade. Professores e técnicos administrativos organizam passeatas e protesto na praça Antônio João.


Ontem, por volta das 10h30, a categoria foi para frente da prefeitura protestar com apitos e cartazes. O movimento teve pouca duração, já que houve primeiro uma assembleia que se estendeu por quase toda a manhã. Os educadores voltam a se reunir hoje para decidir o rumo da greve, mas uma coisa está decidida: protesto na rua com carro de som, como ocorreu em greves passadas.


A categoria dos professores é a mais forte e atuante em Dourados quando se trata em debate sobre direitos trabalhistas, investimentos em melhores condições de trabalho e negociação salarial. Gleice Barbosa é presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Dourados (Simted) e diz que a greve começou por falta de diálogo, do não cumprimento de acordo firmado com a prefeitura e por não haver previsão concreta de honrar com medidas que já deveriam ser implementadas, como a incorporação do adicional de incentivo ao magistério, o percentual da diferença do piso para 20 horas em outubro e a reposição da inflação ao grupo administrativo.


Na quarta-feira, véspera da paralisação, representantes do comando de greve se reuniram com a equipe da Secretaria de Educação municipal, mas, segundo Gleice, não houve proposta sobre os acordos salariais. A greve se estende pelas escolas e Centros de Educação Infantil (Ceim), da área urbana e indígena.

Falta recurso


Assim como nas demais prefeituras espalhadas pelo país e governos de estado, a prefeitura de Dourados não tem discurso diferente e aponta a crise como o principal entrave para honrar com o acordo feito com os educadores. A secretária de educação Ilda Kudo Sequia diz que a prefeitura está em busca de soluções para atender as reivindicações e que irá cumprir com as obrigações, embora não tenha especificado data de implantação do incentivo ao magistério, que deveria ser implementado em abril.


"Na época em que ocorreu acordo com os educadores tínhamos outro cenário econômico e, do meio do ano passado para cá, tudo mudou. Contávamos com o royalties do pré-sal anunciado pelo governo federal e que iria ser destinado boa parte à educação, porém isso não aconteceu. Somado a isso tivemos queda na arrecadação", justifica a secretária, contrariando um levantamento feito pelo Simted em que aponta que o município teria recursos para atender o compromisso com a educação. Ilda Kudo Sequia ainda argumentou que o município repassa 28% da arrecadação à educação, quando deveria ser 25%, conforme lei e que manterá diálogo com os educadores na tentativa de resolver o impasse para as aulas serem retomadas o mais breve possível. Ela avalia o movimento grevista como desnecessário e político.

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