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Fiscalização da Anvisa é alvo de críticas

05 Fev 2011 - 22h29
Debate intermediado pelo presidente do CRF reuniu profissionais de farmácias na Aced - Crédito: Foto: Hédio FazanDebate intermediado pelo presidente do CRF reuniu profissionais de farmácias na Aced - Crédito: Foto: Hédio Fazan
DOURADOS – A Fiscalização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) foi alvo de diversas críticas ontem à tarde durante debate que aconteceu na Associação Comercial e Empresarial de Dourados (Aced). Intermediou o debate o presidente do Conselho Regional de Farmácias (CRF), de Mato Grosso do Sul, Ronaldo Abrão, que ouviu profissionais do meio farmacêutico, incluindo alguns proprietários de farmácias que tiveram os estabelecimentos interditados pelos fiscais da Anvisa esta semana em Dourados. Alguns chegaram a taxar a fiscalização da Anvisa com apoio da Polícia Federal como “truculenta” já que, segundo eles, usou um aparato enorme de fiscais e policiais para fiscalizar os estabelecimentos.

Um proprietário de farmácia no Jardim Terra Rocha, que teve o estabelecimento fechado pela fiscalização, o farmacêutico Ewerton Esterque Rocha, lembra que ficou sem reação com a chegada, do que ele classificou, como “tropa de elite”, em seu estabelecimento. “Moro num bairro pequeno, onde todo mundo me conhece, fiquei extremamente constrangido porque as pessoas ficaram olhando assustadas, achando que os policiais iriam me prender como fazem com os bandidos ou traficantes. Até meu irmão me ligou assustado perguntando se estava sendo preso. Durante os três anos que trabalho na profissão nunca me senti tão humilhado”, lembra ele.




Ele informou que seu estabelecimento foi interditados porque não tinha autorização de funcionamento, mas estava com o alvará em processo de inspeção. “Agora eu pergunto, quem pagará o meu prejuízo e o meu constrangimento diante dos vizinhos e minha mulher grávida?. Meu estabelecimento está fechado há três dias e eu sem ganhar”, questionou.

Outros empresários criticaram que a fiscalização não interditou grandes redes, que também estariam irregulares.

O presidente do CRF disse que foram convidados para o debate, na Aced, a Polícia Federal, os fiscais da Anvisa e da Vigilância Sanitária que apesar de terem confirmado presença não compareceram.

Ronaldo Abrão informou que o CRF entrou como parceira na “Operação Erva Daninha”, deflagrada pela Anvisa. No entanto, ele reconhece que a queixa de alguns profissionais sobre a forma como foi feita a fiscalização, realmente procede, já que “poderia ter sido menos agressiva”.

Durante a operação foram fiscalizados 27 estabelecimentos. Foram aplicadas 17 autuações e feitas 11 interdições, das quais nove foram farmácias, uma industria de fitoterápicos e uma distribuidora clandestina. A operação da Anvisa também apreendeu ervas medicinais de raizeros que comercializam no centro de Dourados por apresentar indicações terapêuticas na embalagem. Das farmácias interditadas durante a operação, a maioria já estaria reaberta.
Segundo o CRF, Dourados conta atualmente com 98 estabelecimentos farmacêuticos. Destes, 53 (que correspondem a 49%) estão regulares.

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