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Em Dourados, quatro mulheres são agredidas por dia

18 Mai 2011 - 23h02
Denúncias podem ser feitas na delegacia ou pelo telefone 3424-5268 - Crédito: Foto: Hedio Fazan/PROGRESSODenúncias podem ser feitas na delegacia ou pelo telefone 3424-5268 - Crédito: Foto: Hedio Fazan/PROGRESSO
DOURADOS – Dados do Centro de Atendimento a Mulher em Situação de Violência - “ Creas - Viva Mulher”, mostram que em Dourados, a cada 24h, quatro mulheres são agredidas. Os casos vão parar na Delegacia da Mulher, que durante o ano passado registrou 1.600 boletins de Ocorrência.
Ano a ano, os casos de violência doméstica aumentam 20%. Somente nos primeiros meses de 2011 a Delegacia da Mulher já registrou 406 casos. As vítimas geralmente são encaminhadas a programas de proteção como o “Viva Mulher”.

Em todo o mês de abriu deste ano, o projeto já atendeu 51 mulheres vítimas de agressão. A estatística do mês mostra que a maior parte das agressões está relacionada a ameaças, vias de fato e lesão corporal.
A maioria das vítimas, tem escolaridade entre ensino fundamental e médio. O estado civil é convivente e as agressões acontecem nos primeiros cinco anos de união. A renda familiar é de até um salário mínimo e geralmente a vítima tem até 3 filhos. Geralmente a mulher que tem procurado ajuda mora com o conjugue em casa alugada.

A coordenadora do projeto em Dourados, Elizabeth Dias, diz que por mês são cerca de 102 atendimentos entre mulheres que dão entrada ao programa e as que fazem o retorno. O público que mais procura o serviço é jovem. As mulheres geralmente têm entre 18 e 25 anos, mas há registros de casos de agressão contra mulheres de mais de 60 anos.

De acordo com Elizabeth, o aumento nos atendimentos de mulheres vítimas de violência está relacionado a coragem de denunciar. “A divulgação da Lei Maria da Penha, assim como dos atendimentos oferecidos são alicerces para que a mulher seja incentivada a denunciar o agressor e conquistar um futuro melhor para ela e a sua família”, destaca.

Segundo a coordenadora, as denúncias chegam de todas os bairros da cidade, incluindo os nobres. Apesar disso, segundo ela, a característica dessas localidades é de que a mulher ainda tem vergonha de denunciar o marido pela posição social e poder aquisitivo que ele ocupa. “Estas, que dependem do marido, ainda costumam sofrer caladas”, acrescenta.

Por causa disso, o Centro atende de forma integrada com vários programas de atendimento a Mulher em Dourados, oportunizando os atendimentos jurídicos, psicológicos, sociais, além de cursos profissionalizantes. “Além disso, são encaminhadas para um abrigo, seguro do agressor”, conta.

MAPA

No Brasil, uma mulher é assassinada a cada duas horas. Esse dado deixa o país em 12º no ranking mundial de homicídios de mulheres. A maioria das vítimas é morta por parentes, maridos, namorados, ex-companheiros ou homens que foram rejeitados por elas. Segundo o Mapa da Violência do Instituto Sangari, 40% dessas mulheres têm entre 18 e 30 anos, a mesma faixa de idade de Eliza Samudio, 25 anos, que teria sido morta a mando do goleiro Bruno. Dados do Disque Denúncia, do governo federal, mostram que a violência ocorre na frente dos filhos: 68% assistem às agressões e 15% sofrem violência com as mães, fisicamente.

Em dez anos (de 1997 a 2007), 41.532 meninas e adultas foram assassinadas, segundo o Mapa da Violência 2010, estudo dos homicídios feito com base nos dados do Sistema Único de Saúde (SUS). A média brasileira é de 3,9 mortes por 100 mil habitantes; e o estado mais violento para as mulheres é o Espírito Santo, com um índice de 10,3 mortes. No Rio de Janeiro, o 8º mais violento, a taxa é de 5,1 mortes.

ATENDIMENTO

O Centro de Atendimento a Mulher é um serviço de referência que oferece atendimento social e psicológico à mulher em situação de violência, fortalecendo sua autoestima e possibilitando que está se torne sujeito de seus próprios direitos. O Programa faz parte da política pública de prevenção, assistência e enfrentamento. Atende na Rua Hiran Pereira de Matos, 1520 vila Mary, telefone 3424-5268.

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