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Editorial

Efeito perverso

07 Jan 2016 - 11h29
Efeito perverso -
Sempre por trás da corrupção vem o rombo nas contas públicas. Sempre depois do rombo vem a recessão econômica que atinge em cheio o mercado e a consequência inevitável é o desemprego que “assombrou” o brasileiro em 2015 e não existe nenhum dado animador para 2016. Pelo contrário somente estatísticas que revelam uma realidade cruel para este ano e o medo de perder o emprego é um sentimento que domina grande parte dos trabalhadores com carteira assinada. E aqueles que estão desempregados já não tem mais perspectiva de se colocar em um mercado cada vez mais conturbado no Brasil.


A vida de quem trabalha está difícil tendo em vista os baixos salários. Mas vale aquele ditado que diz: ruim com ele, pior sem ele. O medo de perder o emprego tem incomodado a vida do brasileiro e quem já perdeu o emprego necessita de apoio para não cair na tentação do “dinheiro fácil”. Quem está fora do mercado além de ter pedido o emprego, perdeu também a esperança diante de um cenário tão desanimador que tomou conta do País em 2015 e pelos prognósticos da economia vai também afetar a vida dos brasileiros em 2016.


O desemprego é visto como o efeito mais perverso da crise econômica e deve rondar o Brasil não somente em 2016 como pelos próximos anos. A piora do mercado de trabalho vai se acentuar e empurrar a taxa de desemprego para mais de 10% neste ano como prevêem diferentes indicadores que já apontam uma forte deterioração do mercado de trabalho. De abrangência nacional, o desemprego medido pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua caminhando para superar os 10% no primeiro trimestre deste ano. As demissões têm ocorrido em muitos setores.


A retração do mercado de trabalho pode ser explicada pela recessão de 2015, a mais intensa desde 1990, e a perspectiva de uma nova queda da atividade econômica neste ano de 2016. Como resultado, grandes setores empregadores, como a construção civil e a indústria de transformação, passaram a demitir num ritmo intenso, e as atividades que ainda mostravam um certo vigor dão sinais de fraqueza.


Com a piora da economia, a taxa de desocupação infelizmente deve perdurar. O cenário de pleno emprego, que marcou o início da década, não deverá se repetir nos próximos anos e a expectativa é de que os números permaneçam num patamar alto. Este cenário explica a formação de grandes filas de desempregados como as já observadas nos grandes centros como Rio e São Paulo.


A situação é de tensão. Levantamento realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que o Índice do Medo do Desemprego aumentou 36,8% em dezembro do ano passado em relação ao mesmo mês em 2014. O índice atingiu 102,3 pontos, ficando acima da média histórica de 88,4 pontos.


De acordo com os dados, no último trimestre de 2015, o maior crescimento do medo do desemprego ocorreu em municípios com menos de vinte mil habitantes, nos quais o índice subiu para 106,8 em dezembro. Em cidades com mais de 100 mil habitantes, o índice caiu de 105,5 pontos em setembro para 101,3 pontos em dezembro.


Segundo a CNI, o Índice do Medo do Desemprego é maior entre pessoas com ensino superior e as que possuem uma renda familiar superior a dez salários mínimos. A confederação também mediu o Índice de Satisfação com a Vida do brasileiro, que encerrou 2015 em 95,1 pontos, um resultado 8,1% menor do que o identificado em dezembro de 2014. A pesquisa foi realizada com 2.002 pessoas em 143 cidades.


Quando comparado por idade, os brasileiros com 55 anos para cima são os que têm o maior medo do desemprego, com 105,8 pontos, e apresenta 91,7 pontos de satisfação com a vida, o menor dos grupos analisados. Os que estão na faixa dos 45 aos 54, e os mais jovens, entre 16 e 24 anos, são os que possuem menor medo da falta de trabalho, ambos com 100 pontos. Os brasileiros até 24 anos também são os que estão mais satisfeitos com a vida, com 97,8 pontos.


Analisando por grau de instrução, os que têm maior medo do desemprego com 108,1 pontos são os que possuem ensino superior, enquanto os que possuem menor medo com 98,8 pontos têm até a 4ª série do fundamental. Quanto à satisfação com a vida, as pessoas com ensino superior são as mais satisfeitas, com 101 pontos, e os brasileiros com menor grau de instrução possuem a menor satisfação na faixa dos 92 pontos.







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