O Instituto Brasileiro de Geografia e EstatÃstica aponta ainda que o setor industrial recuou 1,2% no primeiro trimestre, seguido pela indústria extrativa mineral, com retração de 1,1%, e pela indústria de transformação, que apresentou queda de 0,3% e fechou o perÃodo com o sexto resultado trimestral negativo consecutivo. Já a indústria da construção apresentou queda de 1% no PIB, enquanto as atividades de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana caminhou pela contramão da economia com crescimento de 1,9% no primeiro trimestre deste ano. No setor de serviços, a retração na geração de riquezas ficou em 0,2%, com destaque negativo para o comércio que caiu 1% no perÃodo, seguido pelo setor de intermediação financeira e seguros, com recuo de 0,8% e dos serviços de informação, com queda de 0,7%. A situação da economia só não é pior porque as exportações de bens e serviços registraram crescimento de 6,5%, enquanto que as importações de bens e serviços recuaram 5,6%, garantindo um superávit de mais de 1,1% e equilibrando a balança comercial brasileira.
O mais preocupante é que essa situação deverá se agravar ainda nos próximos meses em virtude dos cortes nos investimentos federais, tanto que as 68 empresas estatais deixaram de investir mais de R$ 76 bilhões nos primeiros quatro meses do ano, ou seja, de uma previsão orçamentária de R$ 97,2 bilhões as estatais aplicaram apenas R$ 19,8 bilhões. Números do Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais, do Ministério do Planejamento, Governança e Gestão, revelam que o investimento inclui recursos gastos para a aquisição ou manutenção de bens das empresas, de forma que não são considerados no cálculo as despesas de arrendamento mercantil para uso da empresa ou de terceiros; o custo dos empréstimos contabilizados no ativo; benfeitorias realizadas em bens da União por empresas estatais; e benfeitorias necessárias à infraestrutura de serviços públicos concedidos pela União. Um exemplo da queda nos investimentos está na Petrobras, que aplicou apenas R$ 17,4 bilhões nos primeiros quatro meses de 2016, o que representa o menor volume de recursos desde 2008.
Com um prejuÃzo de R$ 35,4 bilhões no ano passado, a Petrobras reduziu sensivelmente os investimentos nos primeiros meses de 2016, situação que se agravou com a venda de ativos da empresa, depois da decisão de se dedicar somente a área de petróleo, e, também, pela queda do preço internacional do petróleo, que vem se mantendo em cerca de U$ 30 o barril, o que diminuiu a margem de lucro da empresa. Já a Eletrobras investiu R$ 1,3 bilhão no primeiro quadrimestre de 2016, o menor valor dos últimos 10 anos, mesmo tendo previsão orçamentária de R$ 10, 6 bilhões para aquisição ou manutenção de bens das empresas. O setor elétrico também deve sofrer com cortes nos investimentos, mesmo porque a Eletrobras amargou prejuÃzo de R$ 14,4 bilhões no ano passado, quando somente as empresas de distribuição de energia controladas pela estatal acumularam prejuÃzo de R$ 5,1 bilhões. Outras empresas estatais como a Infraero, que controla os aeroportos brasileiros, e a Companhia Docas, que coordena os portos, deixaram de investir mais de 80% do orçamento reservado para o perÃodo.