
De acordo com Kenedy, ele é o único indígena do Brasil a participar do evento no Peru. “Será uma grande oportunidade para unirmos forças com outras etnias e organizações internacionais para sensibilizar o governo Brasileiro a cumprir os tratados internacionais. Entendemos que toda mudança acontece de “dentro pra fora” ou seja, precisamos reagir enquanto povos e exigir que o Estado respeite esses tratados, a exemplo da convenção 169 da OIT, assinada e ratificada pelo Brasil em julho de 2003. Não podemos mais perma-necer na ilusão de que o Estado resolva os nossos problemas. Para se ter uma ideia deste abandono “nem coleta de lixo nos temos na reserva, composta por mais de 15 mil havitantes. Porque negam a nós segurança Publica? Nós, precisamos ser respeitados como cidadãos brasileiros”, enfatiza.
Segundo Kenedy a situação dos povos indígenas de Mato Grosso do Sul é revoltante. “Nosso Estado é o único do Brasil em que per-manecem conflitos históri-cos envolvendo terras indí-genas. As aldeias se torna-ram verdadeiros “depósitos” de humanos em que os índios foram despejados para utilização como mão-de-obra agrícola, hoje se tornaram verdadeiros guetos. Populações que antes se sustentavam com abundancia foram transformados em dependentes do fornecimento de alimentos e vulneráveis a doenças decorrentes da fome, subnutrição, alcoolismo e de outras drogas. Precisamos com urgência repensar o leniente papel do estado e a devastação que o capital predador promove sobre os espaços físicos e direitos humanos”, destaca.