Pais à procura de vagas para os filhos e professores em busca de vagas nas escolas lotam Educação - Crédito: Foto: Hédio Fa-zan/PROGRESSO
DOURADOS – Contrariando a Lei das Diretrizes Básicas, que obriga o governo garantir a educação infantil na rede pública, a cidade de Dourados não tem vagas disponíveis para todas as crianças em idade pré-escolar. Por conta disso, o Ministério Público Estadual, através da Promotoria da Infância, ajuizou ação civil pública contra o município.O processo corre na justiça há um ano. O objetivo é obrigar que a prefeitura esvazie a lista de espera e atenda a demanda de alunos. Na Ação Civil Pública, o MP alega que é dever do Estado promover a inclusão gratuita de crianças de zero a sete anos na educação infantil. Quando isto não acontece, conforme o MP, há um prejuízo social e intelectual relevante que precisa ser corrigido de forma imediata.
De acordo com informações da Promotoria, a procura dos pais por vagas é constante e apesar de ficar mais intensa em fevereiro perdura o ano inteiro. Para o juiz da Infância e juventude, Zaloar Murat Martins o problema da falta de vagas é grave.
Segundo ele, todo o início de ano, uma verdadeira “chuva” de pedidos chega à justiça. Para buscar uma solução ao impasse, ele diz que atua em conjunto com o MP. Zaloar diz que está aguardando a posse do novo prefeito de Dourados, Murilo Zauith. para marcar uma reunião, expor o problema e tentar um acordo para a construção de novos Centros de Educação Infantil. Segundo Zaloar, para atender toda a demanda o município teria que dobrar a capacidade de atendimento.
Marinalva Dionísio Carvalho é mãe de uma criança de 1 ano e 3 meses. Ontem ela saiu decepcionada da Secretaria de Educação. “Houve um erro na hora de preencher minha vaga. Apesar de ser doadora de sangue, não fui incluída na lista. Colocaram duas pessoas na frente da minha filha e ela ficou sem vaga.
A secretaria informou que eles não poderiam agora pedir que os pais beneficiados desocupem as vagas”, disse.
Segundo ela, por causa disso não poderá trabalhar fora este ano. “Vou ter que continuar esperando e pelo jeito por muito tempo. Me informaram que somente ontem tinha cerca de 400 pessoas na fila de espera”, destacou.
Aparecida da Silva Soares, moradora no bairro Estrela Pitã, diz que não conseguiu vaga para o filho de 3 anos. “Me ofereceram uma vaga em um Ceim conveniado, onde tenho que pagar 50% da mensalidade e por meio período apenas. Não sei o que fazr porque trabalho o dia todo”, destaca.
#####EDUCAÇÃO
A secretária de Educação de Dourados, Margarida Gaigher observa que no início do ano existe uma movimentação maior de pais à procura de vagas para os filhos ou alguns imprevistos como a falta de professores em algumas salas de aula porque entraram de licença. Segundo ela, isto é normal, acontece em todas as cidades do país e é resolvido em pouco tempo.
Segundo Margarida, a falta de vagas é provocada por várias questões. A primeira é que muitos pais não aceitam levar os filhos para Ceims um pouco mais distantes de casa. “Para se ter uma idéia, ontem verificamos que uma sala inteira foi fechada em um Ceim porque não havia alunos”, conta.
Margarida acredita que ano a ano o número de crianças fora da sala de aula está diminuindo em Dourados. Isto porque, segundo ela, alguns Ceims foram ampliados, e acabou sobrando vagas. Para ela com remanejamento de alunos o problema de falta de vagas será amenizado.