
A produtividade foi prejudicada devido ao excesso de chuva e por um período de estiagem superior a 20 dias, o que afetou as plantas justamente quando elas estavam no estágio reprodutivo e necessitam de água para o desenvolvimento. Isso também influenciou na redução de produtividade esperada e, por consequência, vai afetar o volume total que deverá ser colhido. Para 70% do milho plantado após o mês de março, não existe como estimar perdas até o momento. Essa parte da cultura já foi parcialmente afetada com os problemas climáticos e ainda corre risco de futuras geadas, segundo o engenheiro agrônomo do Sindicato Rural, Gilberto Bernardi. "Apesar da cultura já ter sido parte afetada pelo clima, ainda é prematuro se prever uma perda", disse.
Ele revela que não tem uma previsão de frentes frias para os próximos dias, mas existe uma preocupação por parte dos produtores com geadas, mesmo depois que o milho já tenha formado os grãos. "O famoso milho verde que as pessoas tanto gostam, por causa da umidade do grão, pode sim ser prejudicado com a geada. A água existente no grão se congela, daí perde a qualidade", explica Bernardi.
Preço
O preço da saca de 60 quilos de milho registrou uma queda de 24% em Mato Grosso do Sul entre os dias 1º e 20 de junho. Segundo a Federação de Agricultura e Pecuária do estado (Sistema Famasul), o valor do cereal está sendo pressionado pelo aumento da oferta que ocorre com a evolução da colheita da safrinha. Hoje a saca de 60 quilos está, em média, R$ 34,00.
De acordo com os dados da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja/MS), até o momento, a colheita de milho no Estado atingiu 6% dos 1,740 milhão de hectares cultivados, o que representa aproximada-mente 88,6 mil hectares.
Para o analista econômico da entidade, Luiz Gama, outro fator que está pressionando o preço do milho é variação cambial do período.