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Agricultura

Clima gera quebra de até 50% em parte das lavouras de milho

29 Jun 2016 - 06h00
Pelo menos 15% da produção do milho segunda safra, foi colhida na região de Dourados. - Crédito: Foto: Hedio FazanPelo menos 15% da produção do milho segunda safra, foi colhida na região de Dourados. - Crédito: Foto: Hedio Fazan
A colheita do milho 2ª safra mal começou, mas os produtores da região da Grande Dourados já estão sentido a perda em parte das lavouras. Alguns, que plantaram prematuramente, começam a colher no início deste mês e a estimativa é que retiraram da lavoura 15% do milho até agora. A previsão é que a colheita encerre na 2ª quinzena de agosto na região, aproximadamente. De acordo com o Sindicato Rural de Dourados, dos 30% da cultura plantada entre janeiro e fevereiro deste ano na região, a estimativa de perda na produtividade pode chegar aos 50%. Mas essa quebra nas lavouras não é uniforme. Há lavouras em que já se contabilizaram até 50% de perdas; em outras, não ocorreu a mesma situação.


A produtividade foi prejudicada devido ao excesso de chuva e por um período de estiagem superior a 20 dias, o que afetou as plantas justamente quando elas estavam no estágio reprodutivo e necessitam de água para o desenvolvimento. Isso também influenciou na redução de produtividade esperada e, por consequência, vai afetar o volume total que deverá ser colhido. Para 70% do milho plantado após o mês de março, não existe como estimar perdas até o momento. Essa parte da cultura já foi parcialmente afetada com os problemas climáticos e ainda corre risco de futuras geadas, segundo o engenheiro agrônomo do Sindicato Rural, Gilberto Bernardi. "Apesar da cultura já ter sido parte afetada pelo clima, ainda é prematuro se prever uma perda", disse.


Ele revela que não tem uma previsão de frentes frias para os próximos dias, mas existe uma preocupação por parte dos produtores com geadas, mesmo depois que o milho já tenha formado os grãos. "O famoso milho verde que as pessoas tanto gostam, por causa da umidade do grão, pode sim ser prejudicado com a geada. A água existente no grão se congela, daí perde a qualidade", explica Bernardi.

Preço


O preço da saca de 60 quilos de milho registrou uma queda de 24% em Mato Grosso do Sul entre os dias 1º e 20 de junho. Segundo a Federação de Agricultura e Pecuária do estado (Sistema Famasul), o valor do cereal está sendo pressionado pelo aumento da oferta que ocorre com a evolução da colheita da safrinha. Hoje a saca de 60 quilos está, em média, R$ 34,00.


De acordo com os dados da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja/MS), até o momento, a colheita de milho no Estado atingiu 6% dos 1,740 milhão de hectares cultivados, o que representa aproximada-mente 88,6 mil hectares.


Para o analista econômico da entidade, Luiz Gama, outro fator que está pressionando o preço do milho é variação cambial do período.

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