Enquanto a Uems propõe a instalação de um software, uma espécie de “Homem Virtual”, os alunos se posicionam contra a medida. “Não resolve. É o mesmo que trabalhar com imagem. Os alunos têm apenas uma visão imaginária sobre o que é um tecido, um órgão, ou um músculo. Na vida real, quando estes alunos precisarem se deparar com o paciente terão que ter noção do que é o corpo humano de verdade. É o mesmo que dizer que não haverá aula prática”, diz o presidente.
Conforme o estudante, em abril todas estas informações foram repassadas para reitoria e para o governador André Puccinelli. “Até hoje nenhuma providência concreta foi tomada”, alega.
OUTRO LADO
A assessoria de imprensa da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS) esclareceu que, em setembro de 2009, a Universidade solicitou novos cadáveres para atividade de ensino. Foram encaminhados ofícios à Secretaria do Estado de Justiça e Segurança Pública e ao Instituto Médico Odontológico Legal, sem sucesso nas respostas.
“Quando veio a comissão do Conselho Estadual de Educação, para avaliação do curso de Enfermagem, em dezembro de 2010, a comissão orientou a Universidade que pela dificuldade de substituição do cadáver, adquirisse um software desenvolvido pelo professor doutor Chao Lung Wen, da USP, chamado “Projeto homem virtual”, que já é utilizado em diversas instituições.
No relatório da avaliação realizada em dezembro de 2010 consta a seguinte recomendação do Conselho Estadual de Educação: “Recomenda-se a aquisição do software \"Homem Virtual\" em substituição à utilização de cadáver humano”.
De acordo com os responsáveis pelo Projeto, o Homem Virtual é uma moderna ferramenta educacional. “Os vídeos funcionam como objetos de aprendizagem, ou seja, conjuntos reutilizáveis de informações que podem ser empregados em diferentes contextos. São ilhas de conhecimento, aplicáveis a públicos-alvo distintos, dentro de estratégias pedagógicas que visam objetivos específicos”.
A Proe entrou em contato com o professor, mas o software não é comercializado, então a pró-reitoria solicitou a inscrição para o software em 6 de abril de 2011. O Prof. Dr. Chao Lung Wen, ficou de mandar a minuta do contrato ainda hoje para a Universidade analisar a possibilidade de utilizar esta ferramenta, que foi sugerida pela própria Comissão instituída pelo Conselho Estadual de Educação”, finaliza nota.