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Editorial

Água potável

20 Mai 2022 - 13h00
Água potável -

A água é o melhor remédio e cientistas informam que as pessoas não conhecem direito os benefícios desta santa fórmula, o H2O. Ela é simples, eficiente e sem contraindicações. De acordo com o peso e altura, basta seguir a receita trivial, de cerca de (ou mais) oito copos de água por dia – e os efeitos aparecem no corpo inteiro, do cérebro aos intestinos e ossos. Mas e qualidade da água que bebemos?

A poluição dos rios do mundo por remédios e outros produtos farmacêuticos representa uma ameaça à saúde ambiental e global. Dos mais brandos aos mais pesados são detectados nas águas. Em Dourados, pesquisadores da UEMS encontraram em três microbacias da cidade (Engano, Água Boa e Curral de Arame) resíduos de fármacos/medicamentos no ambiente aquático, incluindo analgésicos (Diclofenaco, Naproxeno e Ibuprofeno) e hormônios femininos, oriundos do uso de anticoncepcionais. Também detectaram contaminação por cafeína que está presente em um número grande de remédios.

Além de ameaça ambiental, aumento de fármacos nos rios também pode levar ao desenvolvimento de bactérias resistentes, prejudicando a eficácia dos próprios medicamentos. Esses fármacos vão parar nos rios de diferentes formas, desde o descarte incorreto de medicamentos até a contaminação do solo por urina e fezes. O que os cientistas sabem é que, mesmo as estações de tratamento de águas residuais mais modernas e eficientes não são completamente capazes de degradar esses compostos antes de eles serem depositados em rios ou lagos. 

Mas não é só fármacos que poluem a água. Há também a presença dos mais diferentes tipos de químicos, como agrotóxicos, já encontrados em rios de Mato Grosso do Sul, do Brasil e do Mundo. Como grande parte das cidades são abastecidas por rios, muita gente tá consumindo água que pode acarretar uma série de problemas. 

Sobre um ponto não há dúvida: essas substâncias são prejudiciais à saúde quando estão acima do limite. O consumo diário aumenta o risco de câncer, mutações genéticas, problemas hormonais, nos rins, fígado e no sistema nervoso – a depender do produto.

Pra tentar se livrar desse problema, muitos vezes advindo da água encanada, muita gente tem recorrido a água mineral, contudo, num país como o nosso, nunca se sabe se o produto adquirido, de fato, é mineral ou torneiral. A dúvida fica no ar, mas na certeza de estar fazendo o certo, desembolsar alguns reais pra comprar água pra beber passou a ser a alternativa de luz ao fim no túnel, mesmo sem a certeza. 

Embora pesquisas apontem a poluição da água dos rios, na prática faltam políticas públicas para reverter esse processo, que passa a ser corrigido somente quando há ações judiciais. Enquanto isso, empurra-se com a barriga o problema para ser resolvido para o próximo gestor. Passou da hora do mundo repensar na qualidade da água. Até agora o que temos vistos é discussões acerca da qualidade do ar.

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