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Ações de Murilo reduzem reprovação em escolas indígenas

02 Mar 2016 - 06h00
Educação indígena tem avanços em Dourados. - Crédito: Foto:  Assecom/ArquivoEducação indígena tem avanços em Dourados. - Crédito: Foto: Assecom/Arquivo
Quando assumiu a prefeitura, Murilo fez um compromisso de dar mais voz à comunidade indígena junto ao poder público e melhorar os serviços prestados pelo município nas aldeias. Isso vem sendo cumprido e muitos avanços foram contabilizados. Um exemplo é a educação indígena que tem recebido melhorias que vão desde a infraestrutura até a qualidade do ensino.


Segundo a secretária de Educação, Marinisa Mizoguchi, os resultados são significativos. Há três anos, pelo menos metade dos alunos que ingressavam nas escolas indígenas municipais reprovava. Para se ter uma ideia da gravidade da situação, se essa proporção fosse mantida atualmente, teríamos 2 mil estudantes repetentes ao final de 2015.


No entanto, com todo o trabalho realizado em prol da comunidade indígena escolar, a proporção de repetentes caiu significativamente nesse curto período de tempo. Com isso, em 2015 foram 700 alunos a repetir o ano. “A reprovação era uma preocupação nossa muito grande. Foram três anos de investimentos, buscando qualidade de ensino e conseguimos fazer a reprovação diminuir bastante. É um avanço muito grande”, afirmou Mizoguchi.


A evasão escolar também era um problema sério, que vem deixando de existir com as melhorias implantadas. De acordo com Elias Moreira, gestor da Educação Escolar Indígena da Ceaid (Coordenadoria Especial de Assuntos Indígenas), implantada pelo prefeito Murilo, as escolas hoje acolhem melhor as crianças, ensinando com qualidade e respeitando a cultura. “O ambiente escolar hoje atrai muito mais as crianças. Antes com a infraestrutura precária e o ensino que era oferecido, não havia muita adesão. Então com a melhoria na estrutura e capacitações dos professores com os saberes indígenas, e parcerias firmadas, essa evasão diminuiu muito”, relata.


Toda essa mudança foi resultado de um trabalho intenso de reestruturação. Entre as ações estão a implantação do programa Mais Educação, com reforço escolar de duas horas, merenda e atividades esportivas e culturais no contraturno escolar. Além do programa, ainda há formações continuadas para os profissionais da educação indígena, oferecidas pela Ceaid e Semed (Secretaria Municipal de Educação), e formação de professores indígenas e não indígenas, dos Saberes Indígenas, que ainda inclui parceria com a UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados). Dessa forma, houve fortalecimento dos saberes desde os anos iniciais aos finais.


Foi ainda realizada a elaboração pelo município do primeiro referencial curricular indígena do Brasil, específico para as escolas indígenas em Dourados. Esse já foi implantado nos anos iniciais e o estudo é realizado para que gradativamente essa reestruturação atinja até o 9º ano.


Segundo Marinisa, atualmente são sete escolas indígenas municipais. Dessas quatro já passaram por reforma e as outras três, vão receber obras até o final do ano. A intenção é criar um ambiente adequado e preparado para receber os estudantes.


Também foi implantado o apoio pedagógico especializado nas salas de recursos multifuncionais para alunos especiais. Também foram designados professores capacitados na área da educação especial.


As escolas indígenas também fazem parte do trabalho de resgate da hora cívica nas escolas, realizado pelo Exército em parceria com a Semed. No entanto, nas aldeias, em respeito à cultura, o hino nacional é cantado em guarani e terena. “Estamos preparado para este ano, o hino a Dourados também em língua indígena”, conta a secretária.

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