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EUA criaram uma 'panela de pressão' no terceiro mundo, acusa Fidel Castro

31 JAN 2011 • POR • 22h35
Imagem de arquivo mostra o ex-líder cubano Fidel Castro em discurso na Universidade de Havana. - Foto: AFP
O ex-presidente de Cuba, Fidel Castro, afirmou nesta segunda-feira que o presidente Barack Obama não está conseguindo administrar a \'panela de pressão\' que os Estados Unidos criaram no mundo, dando como exemplo a situação atual no Egito e na Tunísia.

Ele criticou o que chamou de \'maquiavelismo\' dos Estados Unidos em relação ao Egito, e alegou que enquanto Washington \'fornecia armas\' ao Governo do Cairo, a Agência Americana para o Desenvolvimento Internacional (USAID) oferecia fundos à oposição do país árabe.

\'Obama não consegue administrar a situação que criaram\', escreve Fidel na última de suas \'reflexões\' ao criticar os EUA sobre os eventos ocorridos em países como o Egito e Tunísia.

Sobre o caso da Tunísia, Fidel Castro qualifica de \'incrível\' que Washington expresse agora \'sua felicidade\' pela queda de Ben Ali quando, na sua opinião, foi o Governo dos Estados Unidos que impôs o neoliberalismo nesse país.

\'Há poucos dias se derrubou o Governo da Tunísia, onde Estados Unidos tinha imposto o neoliberalismo e estava feliz de sua proeza política. A palavra democracia tinha desaparecido do cenário. É incrível como agora, quando o povo explorado derrama seu sangue e assalta as lojas, Washington expressa sua felicidade pela derrubada\', assinala o ex-presidente cubano.

Em referência ao Egito, Castro aponta o país como principal aliado dos EUA no mundo árabe e diz que \'um grande porta-aviões e um submarino nuclear, escoltados por aviões de guerra norte-americanas e israelitas, cruzaram o Canal de Suez em direção ao Golfo Pérsico há vários meses, sem que a imprensa internacional tivesse acesso ao que ali ocorria\'.

Segundo o líder cubano, milhões de jovens egípcios sofrem com o desemprego e a escassez de alimentos provocada na economia mundial, e \'Washington afirma que os apoia\'.

Se questiona, finalmente, se os Estados Unidos poderão deter \'a onda revolucionária que atinge o Terceiro Mundo\'.

Também se refere brevemente em seu artigo à última reunião do Fórum Mundial de Davos que, resenha, \'se transformou em uma Torre de Babel, e os estados europeus mais ricos liderados pela Alemanha, Grã-Bretanha e França, só coincidem em seus desacordos com os Estados Unidos\'.

* Com informações da France Presse e EFE


(G1)