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Obama busca unir republicanos e democratas no combate ao déficit

25 JAN 2011 • POR • 13h35
O presidente dos EUA, Barack Obama, durante evento na Casa Branca nesta segunda-feira - Foto: AP
O presidente dos EUA, Barack Obama, faz na noite desta terça-feira (25) o tradicional discurso do Estado da União, e o tema mais esperado é o déficit público.

A fala anual diante do Congresso, em que o presidente enumera suas prioridades legislativas, começa às 21h locais (0h de quarta-feira em Brasília).

Obama deve salientar a busca de pontos em comum entre democratas e republicanos para promover a criação de empregos e o crescimento econômico, lançando a mensagem centrista que deve dominar sua campanha à reeleição no ano que vem.

Depois da dura derrota do seu Partido Democrata na eleição legislativa de novembro, Obama recuperou parcialmente sua popularidade nas últimas semanas, refletindo a cooperação bipartidária com os republicanos na renovação de benefícios tributários.

O tom habitualmente hostil da retórica em Washington também foi aplacado nos últimos dias por causa do interesse dos dois partidos em levarem mais civilidade à política, depois do atentado que matou seis pessoas e feriu 14, inclusive a deputada Gabrielle Giffords, neste mês no Arizona.

Familiares de uma menina de 9 anos morta no incidente foram convidados para assistir ao discurso com a primeira-dama Michelle Obama, e alguns parlamentares pretendem romper com a prática de se sentarem em blocos partidários no plenário.

Mas os dois partidos mantêm profundas divisões a respeito de como conter o déficit público, que até 31 de março deve atingir o limite máximo previsto em lei, US$ 14,3 trilhões.

Os republicanos são favoráveis a cortes de gastos, enquanto muitos democratas preferem aumentar impostos sobre os norte-americanos mais ricos. Obama está sob pressão para apresentar suas propostas.

\"O presidente deve focar em preparar o país para a necessidade de um pacote abrangente de consolidação fiscal\", disse o Comitê por um Orçamento Federal Responsável, uma organização bipartidária.

Obama pode falar também sobre a hipótese de elevar o teto de endividamento, ideia que enfrenta resistência de alguns republicanos, mas que segundo investidores seria crucial para que o país evitasse uma moratória.

David Walker, que foi diretor de orçamento do governo na gestão de Bill Clinton, disse que Obama precisaria explicar que o déficit cresceu por causa de fatores emergenciais causados pela recessão, mas também deveria assegurar aos norte-americanos que ele tem um plano de longo prazo.

Obama diz que irá usar o discurso para falar a respeito de medidas que elevem a competitividade dos EUA, gerem empregos e estimulem o crescimento econômico, além de tratar o déficit e a dívida de maneiras \"responsáveis\".

O desemprego atinge atualmente cerca de 14,5 milhões de norte-americanos, ou 9,4% da força de trabalho. Por isso, a Casa Branca quer garantir que eventuais cortes nos gastos públicos federais não irão abalar a gradual recuperação econômica do país.


(G1)