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Premiê interino do Líbano não integrará governo do Hezbollah

24 JAN 2011 • POR • 13h45
Premiê interino do Líbano, Saad al-Hariri não integrará possível governo do bloco \'8 de março\', aliança dos movimentos xiitas Hezbollah e Amal. - Foto: Reuters
O primeiro-ministro interino do Líbano, Saad al-Hariri, disse na segunda-feira que não participará de um governo liderado pelo Hezbollah e seus aliados.

As consultas para a escolha do novo primeiro-ministro começaram na segunda e devem durar dois dias. O Hezbollah afirmou que buscará um \'governo de parceria\' caso obtenha o apoio parlamentar para o seu candidato.

\'O Movimento Futuro (de Hariri) rejeita participar de qualquer governo liderado por um candidato do 8 de Março\', disse um comunicado do gabinete de Hariri.

O bloco \'8 de Março\' inclui os movimentos xiitas Hezbollah e Amal, assim como o líder cristão Michel Aoun.

Fontes políticas afirmaram que o Hezbollah e seus aliados concordaram em apoiar o político sunita Najib Mikati para ser primeiro-ministro, uma iniciativa vista como uma tentativa de fazer concessões para governar depois de se recusarem a apoiar Hariri no cargo.

Mikati disse no domingo ser candidato ao cargo. Hariri afirmou que permanecia no páreo.

O líder druso Walid Jumblatt, que já foi apoiador ferrenho de Hariri, disse que apoiará o Hezbollah, dando ao grupo xiita e a seus aliados, que têm 57 assentos no Parlamento, a provável maioria para endossar o político sunita que escolherem.

\'Não há um candidato de conciliação nas consultas de hoje. Há um candidato chamado Saad al-Hariri e outro para o 8 de Março e a escolha é clara\', disse Hariri no comunicado.

A coalizão \'14 de Março\', de Hariri, obteve a maioria na assembleia de 128 assentos numa eleição em 2009, mas depois disso o bloco de Jumblatt abandonou o grupo.

O Hezbollah e seus aliados derrubaram o governo de união de Hariri este mês numa disputa sobre os indiciamentos ainda confidenciais feitos por um tribunal apoiado pela Organização das Nações Unidas (ONU) que investiga o assassinato, em 2005, do estadista Rafik al-Hariri, pai de Saad.

Acredita-se que os indiciamentos acusem integrantes do Hezbollah. O grupo nega qualquer relação com o assassinato e diz que o tribunal serve aos interesses de EUA e Israel.

(G1.com)