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Primeiras impressões: Jeep Grand Cherokee 201

21 JAN 2011 • POR • 13h10
Grand Cherokee - Foto: Divulgação
Após o fracasso da terceira geração do Grand Cherokee, a Jeep entendeu o recado: as exigências dos consumidores de SUVs de luxo mudaram. Como ex-proprietários de sedãs, em grande parte, migraram para o segmento dos utilitários esportivos, o conforto do veículo para rodar na cidade pesa tanto ou mais na decisão de compra do que seu desempenho na lama. A resposta da marca para esse público é a quarta geração do Grand Cherokee que já esta à venda a partir de R$ 154.900.

Do antecessor, o modelo 2011 só traz o DNA da marca: o sistema de tração 4X4. Com 10 cm a mais de comprimento e 5 cm de largura, a carroceria segue linhas mais agressivas e próximas as dos crossovers, com vidros encurtados e uma enorme grade dianteira cromada. Para não perder a identidade, os designers mantiveram características de “velhos guerra” da Jeep, como a caixa de roda trapezoidal.

Mas o ponto crucial no desenvolvimento da nova geração foi o habitáculo, que no modelo anterior recebeu duras críticas pela falta de conforto e acabamento de qualidade muito inferior ao que se esperava da fabricante. Para se redimir, a Jeep trabalhou desde as formas, com um novo volante e novo painel de instrumentos, até o conteúdo, substituindo o plástico duro por couro e componentes emborrachados. As peças também são inteiriças para evitar sobras e, consequentemente, ruído interno.

Aliás, muito pouco se escuta do que está acontecendo fora do veículo. Graças as melhoria no isolamento acústico, não dá para notar o esforço que o novo motor Pentastar V6 3.6 litros faz para empurrar o “grandalhão” de pouco mais duas toneladas. Apesar do peso, os 286 cavalos de potência e 35,4 kgfm de torque são suficientes e acompanham a guiada mais esportiva oferecida no modo Sport, que traciona quase totalmente as rodas traseiras. Neste caso, a melhor pedida é a opção pela troca de marchas manual já que o modo automático da transmissão de cinco velocidades demora um pouco para responder as pisadas no acelerador.

O condutor pode escolher ainda outras quatro condições de rodagem: Saud/Mud (areia e lama), Auto (automático), Snow (neve) e Rock (pedra), todas com opção de reduzida. Seja na terra ou no asfalto, a suspensão, que pela primeira vez é independente na dianteira e na traseira, tem comportamento exemplar e garante um rodar mais macio, sem deixar de ser firme. A quarta geração do Grand Cherokee é mais gentil ainda com os ocupantes. Os assentos dianteiros têm oito regulagens elétricas e outras quatro lombares, enquanto os bancos traseiros são bipartidos e reclinam até 18 graus.

A cabine conta com sete airbags (frontais, laterais, tipo cortina e joelho), sistema de som sensível ao toque e ar-condicionado individual para motorista e passageiro. A versão topo de linha, a Limited oferecida a partir de R$ 174.900, traz ainda teto solar, sistema de entretenimento na fileira de trás, câmera de estacionamento traseira com sensor de ré, memória dos assentos e regulagem elétrica da coluna de direção elétrica.

O único desconforto para o motorista são os comandos do limpador de para-brisa e setas concentrados em apenas uma alavanca, do lado esquerdo. Por não ser comum, causa estranheza e requer adaptação. Os comandos do sistema de som no volante estão posicionados na parte de trás e também exigem tempo para “pegar a mão”.

No entanto, o detalhe fica pequeno perto de tantas evoluções e o consumidor já responde. Em um mês e dez dias de vendas saíram das concessionárias da Jeep cerca de 300 unidades do SUV, mais de 40% do volume total estimado para 2011, que é de 700 unidades. E vem mais por aí. A Chrysler, dona da Jeep e pertencente a Fiat, reserva para este ano pelo menos mais duas estreias: o sedã grande Chrysler 300 reestilizado e o Dodge Challenger, equipado com motor V8 de 6.4 litros, o mesmo que é usado na versão mais potente do Grand Cherokee e que, em breve, também pode dar as caras por aqui.