Policia

Réus são ouvidos em três horas

11 NOV 2010 • POR • 17h10
Momento em que Artuzi chega no TJ para prestar depoimento Foto: João Garrigó - Campo Grande News

Os 11 réus intimados para depor ontem no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJ/MS) no processo gerado pela Operação Owari durou cerca de três horas. Foram ouvidos o prefeito afastado, Ari Artuzi (sem partido), os vereadores afastados Sidlei Alves (DEM), Humberto Teixeira Júnior (PDT) e Paulo Henrique Amos (Bam-bu-DEM).

Sidlei e Humberto Teixeira, foram escoltados até Campo Grande, já que ainda encontram-se presos na Penitenciária Harry Amorim Costa (Phac), de Dourados. Também foram ouvidos pela Justiça quatro ex-secretários de Artuzi e empre-sários. O processo está correndo em segredo de justiça e por isso a imprensa não teve acesso aos depoimento dos acusados.

Artuzi chegou algemado no TJ por volta das 8h20 escoltado por agentes do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) e deixou o local às 9h30. Aparentado tranquilidade, Artuzi entrou rápido no prédio do TJ no Parque dos Pode-res, sem falar com a imprensa. Antes de entrar na sessão, Artuzi conversou apenas com seu advogado, Carlos Marques, por cerca de 20 minutos.

Os 11 réus foram ouvidos pelo desembargador Claudionor Abss Duarte, durante audiência fechada, impedida até mesmo para a assessoria de imprensa do Tribunal.

A imprensa teve acesso apenas ao procurador responsável pela acusação, João Albino Cardoso, que acompanhou a sessão. Ele informou que todos os envolvidos negaram qualquer participação no esquema de corrupção revelado pela operação Owari, em julho do ano passado em Dourados.

Por conta disso, é que os depoimentos foram bastante rápidos. Os primeiros a falar em juízo foram os três que encon-tra-se presos: o prefeito afastado Ari Artuzi e os vereadores afastados Sidlei Alves e o Humberto Teixeira Júnior. “As frases mais ouvidas durante o depoimento foram: “não tenho conhecimento” e “isso não aconteceu”, disse o procurador.

O procurador preferiu não fazer comentários a respeito do futuro do processo, dizendo apenas que é “cedo para falar em condenações”.
A próxima fase do processo, cuja data ainda será marcada, serão os depoimentos das testemunhas de acusação e de-pois a vez da defesa.
Já o advogado de defesa de Artuzi, Carlos Marques, que falou rapidamente com a imprensa na manhã ontem, acredita na absolvição do cliente a respeito da Operação Owari.

Ele negou envolvimento de Artuzi na tentativa de fraude quanto a licitação para obras no terminal rodoviário da cida-de e nas negociações para implantação de um novo sistema de abastecimento de água para Dourados.
O advogado alegou que negociações haviam iniciado, mas elas não houve avanço. “Não houve sequer licitação, estou muito tranquilo de que a absolvição dele é certa neste processo”, comentou Marques.

No processo que envolve a Operação Owari, Artuzi também foi acusado de receber dinheiro de campanha de empre-sários, mas ele negou. Segundo o advogado do prefeito afastado, também não há irregularidades neste caso, já que tudo que Artuzi recebeu está registrado no Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

A Operação Owari foi desencadeada em julho de 2009 e o TJ (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) autorizou que Artuzi fosse processado em agosto deste ano. O interrogatório é o primeiro passo para o seguimento da ação em que ele é acusado de fraude em licitações e formação de quadrilha.

#####ADAPTAÇÃO

Depois de 71 dias preso, passando por duas carceragem estadual, ontem foi a primeira vez que Artuzi saiu para prestar depoimento no TJ. Ontem também foi a primeira vez que Artuzi deixou o Presídio Federal, de-pois de cumprir o período de adaptação e sair do regime de isolamento. O prefeito de Dourados está no Presidio Federal desde 21 de outubro. Segundo o advogado dele, Carlos Marques, agora Artuzi já tem o direto de receber visitas de fami-liares. (Com informações de Campo Grande News).