Policia

Comerciante levava 47 aves silvestres do Pará para São Paulo

20 JAN 2011 • POR • 16h16
Com menos de quatro semanas de idade, as aves foram colocadas numa caixa de madeira com cerca de um palmo de altura:Foto Christina Whiteman/Ibama/PA
O Ibama apreendeu 47 filhotes de araras, ararajubas e papagaios em poder de um comerciante paulista, de 36 anos, no Km 240 da Rodovia Transamazônica, em Marabá, no Pará.

O homem tentava levar os pássaros do sudeste do estado para São Paulo, usando um carro Vectra alugado, quando acabou detido no posto de fiscalização da Polícia Rodoviária Federal (PRF).

Além de responder a processo criminal junto à Polícia Federal, ele foi penalizado pelo Ibama em R$ 235 mil, por transportar ilegalmente animais da fauna brasileira. O autuado tem 20 dias para recorrer da multa.

Com menos de quatro semanas de idade, as aves foram colocadas numa caixa de madeira com cerca de um palmo de altura.

Provavelmente elas foram roubadas dos seus ninhos, segundo o Ibama, e a maioria ainda não tinha nem penas.

“Nessa fase da vida, os psitacídeos dependem dos pais para tudo e não se alimentam sozinhos. Dois filhotes já estavam mortos quando chegamos.

Quase todos morreriam de fome ou dos maus tratos antes de chegar ao mercado ilegal, que certamente era seu destino”, explica a chefe da Divisão de Fauna do Ibama em Marabá, Christina Whiteman.

Depois de surpreendido pela PRF, o comerciante paulista foi entregue à Polícia Federal de Marabá, onde teve o carro apreendido, aguardou a lavratura do Termo Circunstanciado de Ocorrência, e acabou liberado.

O homem, que já foi detido outras três vezes por crime ambiental, disse que recebeu os pássaros em Jacundá, a 100 Km de Marabá, e fazia apenas o transporte das aves.

Os pássaros foram transferidos de helicóptero da Fundação Zoobotânica de Marabá, onde receberam os primeiros cuidados veterinários, para o zoológico de Carajás.

“O impacto da retirada de tantas aves de seu ambiente natural tem implicações extremamente negativas não só para os próprios pássaros, mas para as populações das espécies em questão”, conclui Christina.Ascom/Ibama/PA